Mesa redonda no Instituto de Biologia discute relação dos museus e a universidade

Evento aconteceu nesta terça-feira (16) e contou com a participação de professores de Biologia

Por Ícaro Lima

Qual o papel dos museus tanto para os alunos das universidades e para a sociedade? Quais as contribuições eles podem oferecer à sociedade? Essas questões foram abordadas durante a mesa-redonda “Museus de História Natural e os pilares da Universidade: qual a nossa relação com ensino, pesquisa e extensão?”, evento promovido pelo Museu de História Natural da Bahia, nesta terça-feira (14). O evento faz parte da 17ª Semana Nacional dos Museus e foi realizado no Instituto de Biologia, no campus de Ondina.

O evento contou com a participação dos professores Dra. Denise Guerra, Dr. Domingos Cardoso e Dr. Paride Bollettin, sendo mediados pela coordenadores do Museus de História Natural, Dra. Priscila Camelier.

Cada convidado abordou um item dos quais compõem o tripé formador das universidades (ensino, pesquisa e extensão) e sua relação com os museus.

A professora e coordenadora do Museu de História Natural, Dra. Priscila Camelier, que mediou o encontro, falou sobre a importância de um debate como esse. “A gente resolveu propor essa mesa-redonda porque o Museu de História Natural está totalmente relacionado com os três pilares [da universidade]. Então ele pode ser usado como um espaço não-formal de educação, tanto para os professores ministrarem aulas do próprio curso de Biologia, quanto para trazer futuros docentes do ensino básico e fundamental”, explicou.

Priscila ressaltou que o acervo do museu é usado como fonte de pesquisa. “Nosso acervo é utilizado como fonte de material de pesquisa. O material testemunho é colocado aqui também, então com isso a gente tem contribuído bastante para o conhecimento da biodiversidade, que acho que é um dos pontos principais do Instituto de Biologia”, diz.  Já no campo da extensão, a professora explicou como o espaço do museu funciona como uma ponte de ligação com a sociedade.

“Especialmente as exposições, para fazer a ponte com a sociedade, e mostrar para a sociedade aquilo que a gente tem produzido aqui dentro do curso de Biologia, especificamente falando do Museu de História Natural da Bahia”, completou.

Papel dos museus
Durante a mesa, a professora Dra. Denise Guerra lembrou do papel dos museus em relação ao ensino de Biologia, tanto no nível superior como na educação básica, e a potencialidade dos museus como espaço de divulgação de conhecimento. A pesquisadora ressaltou o valor desse “espaço de ciência e cultura” e sua atuação na “preservação de artefatos marcantes”.

Logo após, o Dr. Domingos Cardoso falou sobre a importância dos museus para os processos de pesquisas acadêmicas de Biologia ao redor do mundo, contribuindo para preencher as “lacunas” de estudos famosos, como os “Darwinianos” e “Linenianos”. Ele citou alguns exemplos de pesquisas utilizando materiais amostrais de museus no Brasil e ainda alguns trabalhos realizados pelo próprio Instituto de Biologia da UFBA, como descobertas recentes de novos gêneros de animais.

Para encerrar, o professor visitante e antropólogo italiano Dr. Paride Bollettin discutiu o caráter de extensão das universidades em relação aos museus, e como isso contribui na relação do ser humano com esses espaços culturais e de conhecimento, “propondo que sejam idealizados como espaço de “movimento”, assim como é a natureza, móvel”. Além disso, propôs reflexões sobre como os museus podem ser construídos através do “olhar dos outros”.

Outros eventos ainda irão ocorrer no Museu de História Natural da Bahia esta semana, e você pode conferir mais detalhes da programação clicando aqui.

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