Vivendo do Ócio revela novidades sobre novo álbum: ‘mergulho intenso nas nossas raízes’

Confira a entrevista com a banda, que participou do FacomSom, no último fim de semana

Por Luciana Freire e Madson Souza

A última edição do FacomSom rendeu e muito! Agenda Arte e Cultura da UFBA acompanhou os bastidores do evento e conversou com as bandas. Agora, nós revelamos as novidades da música baiana, com a proposta de um novo formato de entrevista com o Vivendo do Ócio. A banda contou aos repórteres Luciana Freire e Madson Souza as novidades sobre o novo álbum e lembrou a sua trajetória no rock baiano. Confere aí!

Madson: Seria estranho dizer que a Vivendo do Ócio me lembra um pouco as Tartarugas Ninjas? O Luca (baixo) é o Donatello, o mais quieto do grupo. Claramente o Dieguito (bateria) é o Michelangelo, bem louco! O Davi (guitarra) se porta de um jeito parecido com o Leonardo, um líder para o time. E o Jajá (vocal e guitarra)? Ele é como Rafael, com uma fúria potente, que é mais que necessária para cantar músicas como “Fora, Mônica”. Essa foi a impressão que tive ao longo da entrevista de pouco mais de 10 minutos com o quarteto de Salvador. 

Luciana: Os autores de músicas como: “Prisioneiro do Futuro”, “Radioatividade” e “Carranca”, falaram sobre a carreira, contaram detalhes do novo álbum e comentaram sobre a experiência de participar do Facomsom estando de volta a Salvador.

Madson: A proximidade do lançamento do quarto disco de vocês e as poucas informações divulgadas estão gerando muita curiosidade no público. 

Luciana: Tá todo mundo querendo saber mais sobre esse álbum. Quais são as inspirações do novo projeto?

Jajá: Esse novo projeto ele é inspirado na nossa própria história. Ele é um panorama do nosso som desde o início, só que com a maturidade que a gente tem hoje, então ele vai levar os antigos (fãs) a relembrar os momentos e acho que os novos vão gostar também. 

Davi: E tem aquela coisa de sempre estar se renovando. A gente tá fazendo um apanhado de tudo que a gente já fez, mas com novos elementos, novas coisas nas músicas. Então, assim, tudo que ele disse e um pouquinho de novidade também.

Dieguito: É como se fosse um mergulho mais intenso as nossas raízes. A gente fez uma pesquisa dentro do nosso trabalho mesmo. Desde o primeiro ao último disco. E que foi um negócio bem natural, que foi acontecendo. Quando paramos pra ouvir as músicas tavam tudo um rock cheio de suingue, rock quente, assim de verão. Acho que vai ser um disco que vai ter um alcance muito grande, que a galera vai se identificar bastante.   

 

(Foto: Dan Figliuolo/LabFoto)
(Foto: Dan Figliuolo/LabFoto)

Madson: “Cê pode” e “Expurgo”, que são duas músicas recentes de vocês, têm ritmo e letra muito particulares com o estilo da Bahia. No novo álbum vocês vão embarcar ainda mais fundo nessa baianidade?

Jajá: A baianidade tá enraizada na gente e não tem como sair. O rock da gente é baiano e pode crer que tem mais suingue aí, mais guitarra na cara e baianidade também.

Dieguito: A gente tá metendo a cara mesmo nesse lance. Como o Jajá falou, sempre teve dentro da gente, mas como a gente era muito jovem acabávamos bloqueando essa onda dentro da gente. Vamos ficando adultos e meio que desbloqueia, né? Esse é o disco mais baiano de todos. Por isso que falo que a galera vai curtir. Principalmente, a galera que falo é daqui de Salvador, que vai se identificar bastante.

 

Luciana: E esse novo álbum, velho? Tem data? Tem nome? Vocês vão revelar pra gente hoje?

Luca: Começo do ano que vem. Bem no comecinho mesmo. A gente vai lançar ainda mais dois singles e depois já vem o álbum colado.

Dieguito: Tem uma coisa que a gente já revelou, que a gente tem certeza é que o nome do disco vai ser Vivendo do Ócio. Um furo de notícias aí pra vocês. Só pelo nome já dá pra entender tudo o que vem por aí.

Mais de 10 anos de estrada, patchara!

Luciana: Vocês começaram o grupo aqui em Salvador em 2006, era pra ser apenas uma diversão, curtindo o ócio, mas agora já lançaram três álbuns, tocaram no Rock in Rio, e fazem música que é garantia que os patcharas vão “bater cabeça”. 

Madson: Isso porque alguns usam cumprimentos como amigo, mano, man; e vocês usam patchara. Esse termo é uma palavra chave na história de vocês. Falando em história agora em 2019 foi aniversário de 10 anos do lançamento do “Nem sempre tão Normal”, o primeiro álbum. O que mudou na Vivendo do Ócio ao longo desse tempo? 

Davi: É um pulo muito grande. Somos os mesmos. O que mudou é a experiência de vida ao longo de todos esses anos e o amadurecimento também. Mas, continua também todo mundo moleque do mesmo jeito.

Dieguito: A gente passou mais de 10 anos ganhando experiência em todos os palcos do Brasil, dialogando com todo tipo de estilo musical. É uma bagagem muito grande, a gente aprendeu muitas coisas nesses 10 anos! É como se esse disco fosse tudo que a gente aprendeu aplicado de vez. Tem esse lance da gente tá mais maduros mesmo e muito conscientes do que tá fazendo.

 

Luciana: E após essa trajetória, com um maior envolvimento no mercado da música, vocês ainda se consideram indies? 

Jaja: A gente é literalmente indie no sentido em que a palavra surgiu que é independente. Então, mesmo antes, quando estávamos em gravadora, mantivemos nosso estilo de trabalho de correr atrás, de ficar próximo de tudo e a partir do ‘Selva Mundo’ voltamos ao independente com a bagagem que adquirimos com a DeckDisk.

Dieguito: Só que nosso disco novo a gente vai lançar através de um selo chamado Flashers, que também é um selo independente como nossa antiga gravadora.

(Foto: Dan Figliuolo/LabFoto)
(Foto: Dan Figliuolo/LabFoto)

Salvador e Facomsom                                                                                   

Madson: “Eu só queria/ passar um tempo lá em casa/ me deu saudade da Bahia”. Esse é o refrão de ‘Nostalgia’, música mais popular da banda que fala sobre a saudade da Bahia. 

Luciana: Essa relação com o estado é um tema recorrente em toda a discografia do grupo e nas próprias falas de quem não disfarça a saudade de casa. Como é estar de volta a Salvador? 

Jajá: É ótimo! Tocar em casa é a melhor coisa, né?

Davi: É a nossa casa, né, véi? O show seguinte (ao Rock in Rio) ser em Salvador não podia ser melhor, porque aqui a energia é única!

Dieguito: É como se fosse um show de comemoração e meio que casou perfeitamente com o lançamento das coisas novas que a gente tá preparando. A gente passou esse tempo só preparando coisa pra galera.  

Davi: Tá marcando o primeiro show dessa tour que estamos começando a “Cê pode”. Tá começando com chave de ouro essa turnê. Não podia ser melhor!

 

Madson: E sobre tocar no Facomsom, festival com bandas novas que reconhecem vocês como uma referência, como é a experiência de estar nessa posição?

Jaja: Essa aí que é a mágica do festival. Juntar bandas novas com outras e a gente poder ter esse privilégio de ver a galera nova que tá chegando aí. O massa é tá acontecendo isso aqui, todo mundo tocando junto. Um evento acessível pra todo mundo.

Luca: Parabéns pra toda a organização pela grade, que tá muito boa! Souberam escolher estilos diferentes e que estão em ascensão. Muito legal! 

Dieguito: Pra gente é massa também. A gente curte muito Underismo. Pra gente é uma oportunidade de juntar dois sons completamente diferentes num mesmo palco.

 Davi: Ser no Pelourinho torna mais especial ainda. Porque todo mundo é mais ou menos daqui. A gente tá em casa. Vamos voltar andando pra casa agora, quando vier pro show toma um cravinho ali. Estamos muito à vontade mesmo, estamos em casa total!

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