Projeto de historiadores “Salvador Escravista” encerra o 16º Enecult

Transmissão ao vivo aconteceu sexta, às 19h, no site, Facebook e YouTube

Por Luana Lisboa

Apesar de um histórico marcado pela violência da escravização de pessoas africanas, a cidade de Salvador ainda é cheia de homenagens a traficantes de escravizados. O poder econômico e político desses homens, até hoje, é poder simbólico, seja nas homenagens em forma de estátuas, seja no nome das ruas da cidade. Foi disso que a mesa “Salvador Escravista e as políticas de memória da escravidão” tratou nesta sexta-feira, às 19h, no encerramento do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult).

A transmissão online e ao vivo apresentou o projeto “Salvador Escravista”, realizado em conjunto por historiadores de várias universidades do país. Ele mapeia homenagens a personagens históricos, como ruas e estátuas da cidade, além de apontar espaços que foram marcantes para as populações escravizadas na cidade como quilombos e residências de traficantes. 

A mesa teve início com a fala do professor Cândido Rodrigues, da Universidade Estadual da Bahia. Ele apresentou o site do projeto e falou brevemente sobre a disputa de narrativa à respeito da história da cidade. Contou também que a ideia é expandir a plataforma para um “Bahia Escravista”, para um alcance maior do público de todo o estado. Depois, a professora Luciana Brito, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, falou um pouco da importância do site como ferramenta pedagógica.

A seguir, Iacy Mata, professora da UFBA, lembrou o que os historiadores se propõe a fazer. “Propomos construção de uma contramemória, uma outra narrativa no espaço público. Isso já fazemos na academia, mas o projeto pretende a democratização do conhecimento histórico”. A isso, ela chamou de “história pública”. Por fim, foi aberto um espaço para retirada de dúvidas do público, mediado pelo professor da Universidade Estadual de Feira de Santana, Carlos da Silva Júnior.

A transmissão foi aberta ao público através do site (www.cult.ufba.br/enecult), no canal do YouTube (youtube.com/enecult) e pela página no Facebook (@grupocult).