Estudantes da UFBA participam da 19º edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema

Reunindo diversos gêneros e estilos, o evento, que aconteceu entre os dias 14 e 20 de março, tem sido, ao longo de suas dezenove edições, um marco significativo para todos aqueles que buscam espaço e reconhecimento no mercado cinematográfico

Gleisi Silva e Madu Motta

A Matriarca - Everaldo Asevedo (2)

Foto: Divulgação

 

O mês de março deixou saudades para os amantes da sétima arte, a 19ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, evento que movimentou a capital baiana, promoveu arte, cultura, e sobretudo, apresentou, premiou e debateu diversas áreas do cinema e audiovisual, em especial o cinema baiano. Um encontro democratico, que reuniu as mais diversas gerações, com destaque para a presença de produções cinematográficas realizadas por alunos da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

Mesmo não tendo uma graduação específica em cinema e audiovisual, haja vista que UFBA somente disponibiliza o curso para aqueles que fazem Bacharelado Interdisciplinar em Artes (BI em Artes), através da modalidade de área de concentração, os estudantes, de diferentes áreas, vêm demonstrando dedicação e desenvoltura pelas atividades cinematográficas, que vão desde a produção de curtas e vídeos institucionais, até longa-metragens. 

Diário da Primavera - Foto_ Rodrigo Chagas Daltro (1)

Foto: Divulgação

A presença dos estudantes contribui, não apenas, no potencial criativo e técnico desses jovens cineastas e de seus filmes, mas também desempenha um papel fundamental no desenvolvimento, valorização e promoção das artes audiovisuais dentro dos espaços de aprendizado. É o que diz a cineasta Clara Matos, formada em BI em Artes e estudante de Arquitetura e Urbanismo: “Eu vim do BI e foi lá que eu fui descobrindo mais sobre as artes, cenografia, cinema e também as matérias que eu fui pegando depois que ingressei em arquitetura, que também me deu uma base muito grande da cenografia”.

Diversas vezes temáticas tratadas em aulas ou pesquisas propostas em disciplinas se transformam em grandes ideias cinematográficas. Foi o caso da aluna de Antropologia, Hyndra Lopes, que a partir de uma pesquisa sobre cartazes do cinema brasileiro,  surgiu o interesse em fazer o filme ‘Pelas Ondas Lambem-as Margens’. Para ela, o ambiente acadêmico é um local que permite conexões e experimentos durante o processo de produção audiovisual. 

“Às vezes você está fazendo uma pesquisa e desta pesquisa resulta em um filme, como foi o caso de ‘Pelas Ondas’. Então, é muito interessante esse lugar de experimento, de você conversar com as pessoas e entender essas percepções, já que a pesquisa sempre foi muito importante para qualquer fazer fílmico”, ressalta ela.

Por outro lado, mesmo com as oportunidades oferecidas aos estudantes de produzir seus filmes, muitas dificuldades são encontradas ao percorrer esse caminho, como a falta de incentivo financeiro e a dificuldade de acesso à equipamentos, já que ainda que exista a possibilidade de empréstimos, através dos laboratórios de audiovisual, os recursos são limitados. Apesar disso, o espaço universitário é uma ótima oportunidade para dar visibilidade a grupos excluídos da grande mídia. É o caso do trabalho realizado por Yan Azevedo, estudante de Produção Cultural, que produziu um documentário, durante a realização de uma disciplina do curso de Comunicação, sobre o Acervo da Laje, museu-escola localizado no bairro Plataforma, subúrbio ferroviário de Salvador.  “Fizemos esse documentário buscando trazer visibilidade para esse trabalho,  que é essencial para a manutenção da cultura de um povo”, finaliza ele. 

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