Abril, mês da dança, é comemorado com festival em Salvador
* Por Igor Tiago
O FESTIVAL – Em sua sétima edição, o VIVADANÇA Festival Internacional reúne em Salvador, durante todo o mês de abril, artistas, companhias, pesquisadores e outros profissionais da área do Brasil e do mundo, para apresentar e discutir as produções contemporâneas de dança. O festival, que teve sua primeira edição em 2007 e hoje é o maior do gênero no Norte/Nordeste, pelo segundo ano consecutivo levará parte de sua programação para Belo Horizonte (MG) e pela primeira vez, espetáculos e oficinas serão realizados no município baiano de Camaçari. “O festival começou pequeno e foi crescendo. Ele começou com base, o que a gente colhe agora depois de sete anos é fruto de vários anos de trabalho”, diz Cristina Castro, criadora, diretora artística e curadora do evento.
Entre as três cidades, o festival ocupa oito teatros, além do Passeio Público. “Realizamos um festival amplo, que dialoga com a cidade e cada vez mais estende seus horizontes, celebrando a dança e promovendo diálogos”, define Cristina. Em 2013, o festival conta com 22 espetáculos em cerca de 60 apresentações e realizará 30 oficinas gratuitas, duas mesas-redondas, mostra de 40 vídeos sobre dança, duas exposições de artes visuais e lançamento de livro, além de viabilizar a produção de um espetáculo baiano de dança inédito através do Prêmio VIVADANÇA.
Uma das grandes novidades dessa edição é a exclusão de Brasília e a inclusão de Camaçari no roteiro dos espetáculos. “É um grande passo que a gente dá em busca de encontrar e reencontrar os nossos irmãos aqui tão próximos que a gente fica tão distante”, pontua a criadora. Além disso, o festival conta com uma cinemateca, uma exposição no shopping Barra, um circuito infantil, uma mostra de hip hop no Teatro Vila Velha e a mostra Casa Aberta. “Tem para todos os gostos. É um mês que a gente vai respirar dança e o que a gente quer é isso, movimentar a cidade e agregar as pessoas”, completa.
OS ESPETÁCULOS – Uma característica do VIVADANÇA 2013 é a presença de companhias marcantes no cenário nacional. Entre elas, 1º Ato (MG), Cia. Borelli de Dança (SP), Ballet de Londrina (PR), Muovere Cia de Dança Contemporânea (RS), Focus Cia de Dança (RJ) e Companhia de Danças de Diadema (SP). Ao todo, são nove grupos, de sete estados. Além disso, a programação internacional traz obras de oito países.
Na programação de espetáculos, o VIVADANÇA traz ainda montagens da França, México e Japão, além de uma produção que combina a energia afro-baiana com o butô oriental, resultado de uma parceria entre o Bando de Teatro Olodum e o mestre do butô Tadashi Endo. “São companhias, em geral, com elenco de médio porte, o que dificulta a circulação pelo país. Nesse sentido, o festival este ano oferece um recorte específico dentro da sua ampla programação, que tem um caráter panorâmico da dança contemporânea feita no mundo”, observa Cristina Castro. Ela ainda destaca alguns espetáculos dessa edição: As canções que você dançou pra mim (RJ), A sagração da primavera (PR), Noeuds e Frater (França), Escrito Absurdo (México e Colômbia), Solos Sturttgart e Tasogare (Japão). “Eu tento fazer um painel diverso, variado, diferente, tem espetáculos que a gente vai amar e outros que a gente vai odiar. E é isso que a gente quer, formar opinião”, afirma Cristina Castro.
ABERTURA – Na última sexta (6), a abertura do VIVADANÇA contou com o espetáculo comemorativo de 30 anos da companhia mineira 1º Ato. ‘Pó de Núvens’ apresentou uma visão pessoal sobre o universo de dois artistas de Minas Gerais, o escritor Guimarães Rosa e o cantor e compositor Milton Nascimento, ambos mineiros. O espetáculo, que une música e literatura a partir de dois célebres nomes da cultura brasileira e também marca o encontro de diferentes linguagens artísticas, é organizado como um livro – é dividido seus atos em prefácio, capa e capítulos – propondo um processo de travessia pelo tempo, em que passado, presente e futuro se encontram. A obra retrata ainda a mineiridade a partir de fatores e comportamentos típicos do povo mineiro, além de tratar dramas comuns da vida cotidiana. “Este é o terceiro ano em que a Cia 1º Ato participa do VIVADANÇA. É uma hora recebê-los mais uma vez e um presente para o público soteropolitano, que poderá mergulhar no universo da literatura e da música mineira através de um espetáculo que mescla emoção e apuro técnico”, diz Cristina.
ARTE E CULTURA DA BAHIA – A diretora do festival ainda falou sobre a importância do VIVADANÇA para o nosso estado. “É um papel importante porque os festivais têm um poder e é uma ferramenta de articulação. A gente mexe com a economia da cidade trazendo empregos para as pessoas da produção cultural e da comunicação envolvida com cultura, a gente mexe com a hotelaria e com o transporte, nós somos um agente cultural e uma ferramenta muito importante para a economia da cidade. Eu acho bom que a gente fale isso pra que a cidade e os governantes entendam que a cultura mobiliza e transforma”, finaliza.
O VIVADANÇA Festival Internacional começou na última sexta (6) e segue com espetáculos em Salvador até terça (30) e com espetáculos em Camaçari e Belo Horizonte de 1 ao dia 5 de maio. Para maiores informações sobre o festival, acesse: http://festivalvivadanca.com.br/2013/v1/pt/