Escola de Belas Artes apresenta IV Mostra de Performance
*Por Debora Rezende
Apresentar mais uma vez produções artísticas que já foram executadas no passado à luz do contexto atual. Essa é a ideia por trás das reperformances que serão trazidas para a IV Mostra de Performance de Belas Artes, de 26 a 28 de maio, na Galeria Cañizares. As performances, situadas no contexto da arte contemporânea, trabalham com a evidência do corpo do artista, fundindo expressões como o teatro, a dança, a poesia e o cinema. Dessa vez, durante a mostra, os trabalhos selecionados trarão um novo significado às apresentações já realizadas anteriormente.
Segundo Ricardo Biriba, curador da IV Mostra de Performance da Escola Belas Artes e professor da Escola, a performance acontece no momento que o artista e torna objeto de seu trabalho. “É quando o artista visual passa a utilizar o seu próprio corpo como sujeito e objeto da sua criação, que é uma obra efêmera”. A efemeridade da performance consiste no seu tempo, visto que ela foge da ideia tradicional de uma arte exposta indeterminadamente à apreciação. Nesta quarta edição da mostra, a temática gira em torno de trazer uma luz do presente ao passado, ressignificando os trabalhos já apresentados.
“Por que a performance? A gente passa a ter a compreensão de uma arte contemporânea que não busca mais o entendimento dentro de uma relação do campo intelectual, da forma, da organização formal”, disse. O professor explica ainda que as performances exploram outro campo da arte contemporânea, não mais uma análise da imagem no seu campo da organização estética, e sim no campo do sensível.
A IV Mostra de Performance da Escola de Belas Artes é um evento proposto pela academia das belas artes e sua relevância reflete na formação dos artistas contemporâneos, contribuindo para a construção do conhecimento. O evento, que está em sua quarta edição, é uma das principais mostrar de performances da Bahia e do Brasil, trazendo também fotografias, exposições de vídeos e mesas de debates, trazendo discussões sobre linguagem de expressão do próprio corpo e como essa prática é estigmatizada pela sociedade que parece não estar preparada para compreender essa forma de arte.
A primeira mostra de performance aconteceu no ano de 2011, idealizada pelo artista e professor José Mário Peixoto. Ricardo Biriba tornou-se curador da mostra a partir de sua segunda edição, e o evento já contou com temas como “performance e sua imagem” e “performance e identidade”. Biriba explica também a razão pela qual esse trabalho é realizado e sua importância dentro do cenário da arte contemporânea.
O evento acontece na Galeria Cañizares, das 19h às 21h30, de 26 a 28 de maio, e conta com a curadoria e direção feral de Ricardo Biriba, coordenação de Zmário e apoio educativo de Luís Carneiro Leão, Michelle Mattiuzzi, Ramon Sena, Rosa Bunchaft e Tales Demídio. Cada dia conta com cerca de oito performances de 15 minutos, totalizando 24 apresentações durante os três dias de evento.