V de vingança

Por Verena Guimarães

Nos protestos pelo país durante o ano de 2013, V era protagonista nos registros. A máscara usada pelo personagem se tornou um dos acessórios mais vendidos nas lojas especializadas. Mas será que todos sabiam a história por trás dessa moda? Durante os últimos dias de julho, o público pôde assistir, no Teatro Martim Gonçalves, o espetáculo V de Vingança, do formando da Escola de Teatro da Ufba, Davi Arteac.

Os quadrinhos são do ano de 1988, criados por Alan Moore e Lloyd. A história é de uma Londres futurista que vive um regime totalitário. Lançados na época do governo de Margaret Thatcher, famosa Dama de Ferro, em 2006, os quadrinhos ganharam uma adaptação para o cinema.

O diretor da adaptação teatral explica que aproveitou o argumento da história em quadrinhos. Davi usou um pouco mais o caráter anarquista da obra. Em relação ao filme, o espetáculo explora o ritmo acelerado nas passagens de cena.

Uma das marcas do espetáculo é a interação com o audiovisual. Durante a concepção do espetáculo, foram produzidos vídeos que são exibidos durante a peça, intercalados com as cenas. “Eu quis explorar a tecnologia na estrutura externa do espetáculo e não na interna. Eu queria algo que envolvesse tecnologia e audiovisual. Já tinha visto espetáculos que influenciaram Júlia, uma companhia brasileira e Fractal, uma companhia do Chile. Esses espetáculos envolviam fotografia e transmissão ao vivo”, comenta o diretor.

Klaus Hastenreiter é quem interpreta o protagonista V. Para a montagem, Davi estudou o personagem criado nos  anos 80. Com mais de 20 anos, os argumentos apresentados nos quadrinhos chamam atenção por serem atemporais. “Apesar de ser um símbolo dos anos 80, hoje em dia está muito forte. Eu tive que entender muito do texto, do que ele passou, sobre a colega de cela dele para além da questão política”, explica.

Irís Faria, aluna do curso de interpretação teatral da Ufba, explica que mesclar os recursos de audiovisual já é bastante usado no teatro. “Gostei da ousadia de usar o audiovisual,  já tinha visto no Festival Internacional de Artes Cênicas. Eu achei muito bom usar dentro da universidade”.

Grupo Virtus

Formado por estudantes e profissionais da área de artes e comunicação, o grupo se reúne para experimentar as diversas áreas. Durante a construção do espetáculo eles tiverem até mesmo oficina de esgrima.  O propósito é descobrir como interagir audiovisual, fotografia, design, teatro e exercícios físicos.

Davi Arteac é o diretor e idealizador  do Virtus, os membros do grupo participaram da produção. Eles planejaram uma campanha no instagram do grupo. O público pode mandar um vídeo para o email – grupovirtus@live.com – do Grupo Virtus, para explicar o que seria vingança na sua percepção.

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Fotos: Catarina Reimão

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