Projeto oferece atenção em saúde mental a crianças acompanhadas de suas famílias

Ludicidade X Medicamentos: programa do Instituto de Psicologia trata e acompanha crianças brincando com suas famílias              

Por Greice Mara e Kelven Figueiredo

Oferecer um espaço lúdico-terapêutico para crianças, afim de fortalecer vínculos familiares e promover a socialização entre os participantes do projeto. Esse tem sido o objetivo do Brincando em Família, um projeto de extensão do Instituto de Psicologia da UFBA que recebe o apoio da Pró-Reitoria de Extensão (Proext) e é coordenado por Vania Bustamante.

O programa funciona com psicólogos que trabalham de forma voluntária e buscam oferecer acompanhamento psicológico para crianças através do lúdico. Embora o projeto aconteça duas vezes por semana, nas terças-feira das 9h às 12h e nas quintas-feira das 14h às 17h, não é imposta nenhuma periodicidade às crianças envolvidas. Tampouco existe pré-requisito ou lista de espera para participar. “O projeto tem a característica de receber as pessoas que chegam livremente”, explica Vania.

Atualmente o Brincando em Família atende cerca de 20 famílias a cada dia em que o projeto é realizado, somando um total de 40 famílias, em média. Neste espaço, é feito não só o diagnóstico da doença, mas também o tratamento. Além disso, as famílias compartilham experiências e reconhecem em si mesmas maneiras de lidar com os problemas e saná-los da melhor forma.

Contrariando a prática habitual, o tratamento oferecido pelo programa se dá de maneira lúdica e sem o uso de remédios, o que causa um certo estranhamento por parte dos familiares das crianças. A coordenadora do projeto, Vania Bustamante, conta que, em muitos casos, os familiares chegam com as crianças já esperando que medicações sejam receitadas. “Estamos em um momento de medicalização da sociedade, então a gente tem com muita frequência famílias que chegam falando que a criança  tem problemas e que  precisa tomar remédio. Isso é algo que a família fala, porque a escola fala, porque alguns profissionais de saúde falam”, revela Vania.

Mesmo com a problemática dos remédios, o programa mantém-se firme e acredita que nem todos os casos precisam ser resolvidos com medicamentos. Defendem que existem práticas de atividades diversas para lidar com a saúde mental das crianças e os resultados podem ser tão positivos quanto, ou  mais, que o tratamento com medicações.

Em seis anos de existência, o Brincando em Família trouxe resultados satisfatórios tanto para os realizadores quanto para as crianças atendidas. Apesar de contar com práticas inovadoras no que diz respeito a tratamento e prevenção de problemas relacionados à saúde mental, atualmente, o projeto passa por problemas financeiros que interferem diretamente no funcionamento e estrutura do projeto.

Para tentar minimizar esses problemas, foi lançada uma vaquinha virtual com o objetivo de arrecadar R$6.000. Esta quantia será destinada à pintura e revestimento das paredes, trocas de rodapés, compra de estantes novas para os brinquedos, ventilador de parede, além de outros itens que possam propiciar maior conforto para as famílias.

 

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