Estudantes de graduação expõem trabalhos na Galeria do Aluno da EBA

A exposição Encruzilhadas é fruto do projeto de extensão “Trilhando Terras” coordenado pela professora Maria da Conceição Andrade Souza    

Por Kelven Figueiredo

Com o patrocínio da Pró-Reitoria de Extensão da UFBA (PROEXT), o projeto de extensão “Trilhando Terras” promove sua primeira exposição na Galeria do Aluno, na Escola de Belas Artes da UFBA. A exposição Encruzilhadas entrou em cartaz, no último dia 30 de novembro e pode ser visitada até o dia 09 de dezembro. A mostra é composta por quatro esculturas em cerâmica produzidas por estudantes: Bianca Maciel, Brólin, Drika Dias, Wandson Ramos.

O projeto foi idealizado e coordenado pela professora da Escola de Belas Artes, Maria da Conceição Andrade Souza. A docente explica que o projeto surgiu com o intuito de reunir estudantes das artes visuais para estabelecerem maiores experiências com cerâmica. “ Também temos o objetivo de dar oportunidade a quatro alunos que tiveram um aproveitamento muito bom nas aulas da matéria Expressão Tridimensional VI, que eu ministrava”, afirma. Os alunos trabalharam nas obras  expostas por dois semestres, desde a concepção da obra até a confecção da mesma.

As quatro criações em exposição na Galeria foram confeccionadas em cerâmica e possuem, cada uma delas,um conceito e um autor diferente. Uma das peças, é a escultura da estudante de Artes Plásticas, Bianca Maciel. A obra  foi moldada em cerâmica preta, possui aproximadamente 100 x 100cm e foi nomeada de “(não) atire!”. Trata-se da  representação de cinco indivíduos: quatro posicionados estrategicamente nas extremidades, formando uma cruz, e um ao meio.“Todas as pessoas possuem um balão de ar e um palito de dente. A instrução é simples: proteger o seu balão ao sinal do apito”, teoriza a artista. E completa: “embora todas as pessoas estejam armadas, ninguém precisa atirar”.

Brólin, também estudante de Artes Plásticas, preferiu trabalhar com terracota e produziu a escultura “Berço”. O artista afirma que sua maior fonte de inspiração é sua cidade natal, Jaguaquara. “Eu a reproduzi em seu período de fundação, no início da década de 20. Dei a ela um formato de ninho,  uma forma de berço do meu processo artístico”, explica o autor. Para ele, a exposição é uma oportunidade de mostrar sua linguagem em cerâmica, compartilhar com os outros alunos da escola e ainda mostrar que a cerâmica é também um meio de expressão contemporânea artística moderna e possui utilidade para além do usual cotidiano como na confecção de vasos e pratos.

 

A obra “Fortia” foi inteiramente esculpida em cerâmica clara e possui aproximadamente 100 x 160cm. Produzida pela aluna de Licenciatura em Desenho e Plástica, Drika Dias, a peça pretende representar uma experiência de diálogo entre o corpo da artista e a natureza. “Fortia surgiu em um momento em que eu estava me sentindo incapacitada de realizar determinadas coisas e, em contato com a natureza, eu pude sentir essa força”, declara a artista. E completa: “Eu quis colocar essa força que a natureza me fez sentir e me mostrou que eu era capaz dentro desse projeto”.

O artista, Wandson Ramos, inspirou-se na vida para conceber “Parto-me”. A obra  em cerâmica creme. “Minha principal fonte inspiração são,  inicialmente, experiências  pessoais e  questões relacionadas à existência. Isso se manifesta na obra de forma metafórica” revela o estudante de Artes Plásticas. Para ele,  a exposição é uma plataforma onde é possível compartilhar e dialogar sobre sua versão do mundo, buscando sempre levar o público à reflexão.

Os trabalhos da Encruzilhadas seguem em cartaz na Galeria do Aluno até o próximo dia 09 de dezembro.

 

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