VISITA AGENDADA: EBA é a segunda escola de artes do país

Fundada em 1877, a Escola de Belas Artes UFBA é a primeira da Bahia e a segunda do Brasil

Por Kelven Figueiredo

Com o dobro da idade da UFBA, a Escola de Belas Artes (EBA) tem muito a contar. Fundada, em 1877,  a EBA foi a primeira escola de artes da Bahia e a segunda do Brasil. Ao longo de sua história,  já teve três espaços para chamar de casa. O primeiro foi o Casarão 28 de Setembro, localizado no Pelourinho. O espaço, no entanto, não pertencia à escola e só foi doado à mesma em 1948 pelo governador da época.

A atual diretora da Escola, Nanci Novais, explica que o local em que a EBA era situada influenciava muito em quem a frequentava. “Por ser uma zona de prostituição, com muitos bares, as moças tinham dificuldade em frequentar a escola. As famílias  não achavam ser um ambiente bom para ‘moças de família”, conta.

EBA
Escola de Belas Artes da UFBA

Somado a isso, no final da década de 60, houve um projeto de integração entre todas as faculdades da UFBA no mesmo campus. Os professores e o diretor da época  aceitaram a proposta e a EBA se mudou para onde funciona o Museu de Arte Sacra. “Nós saímos de lá direto para os porões do Museu de Arte Sacra, onde ficamos por um ou dois anos”, relata Nanci. Foi só em 1970 quando o governador da época  doou o casarão do Canela, onde a escola funciona atualmente, que a escola de fato se sentiu amparada.

Estrutura – Entretanto nem tudo são flores para uma das unidades mais velhas da UFBA. Os prédios que integram a escola  precisam de reparos e algumas unidades foram fechadas permanentemente ou realocadas por falta de manutenção. “Quando eu cheguei aqui, o Tabacof ainda funcionava, na parte de cima tínhamos aula e na parte de baixo funcionava a biblioteca”, conta a estudante de Artes Plásticas, Amanda Nariti, que ainda se queixa da má ventilação que o prédio possuía.

Atualmente o prédio Germano Tabacof encontra-se interditado esperando por reformas devido às grandes perdas no acervo da biblioteca que segundo a estudante sempre alagava quando chovia e a biblioteca foi transferida para a Sala Quatro do prédio principal. “Não adianta mudar de prédio ou realocar, porque na verdade é um problema da EBA como um todo, e não apenas em um prédio ou outro” esclarece  Amanda que se queixa ainda da falta de estrutura das salas na escola, que  apesar de serem projetadas para serem iluminadas e bem ventiladas, fazem muito calor.

O prédio Germano Tabacof não é o único interditado na Unidade, a estudante e representante do Centro Acadêmico (C.A.), Camila Motta, se queixa da falta do Ateliê do Aluno, interditado a pouco mais de um ano por falta de manutenção. “Agora nós fazemos nossos trabalhos na sala do Centro Acadêmico, porque é o espaço que nós ainda temos”, declarou a estudante. Segundo ela, o C.A.  está  tentando junto a direção da escola reformar o Ateliê, porque entende a importância do espaço para auxiliar os alunos em seus trabalhos.

A direção da escola se pronunciou sobre a situação e declarou que o projeto para revitalização de ambos os prédios já estão prontos e encaminhados. Porém, devido à pouca verba e por se tratar de uma restauração de prédio com arquitetura antiga, o processo é mais demorado.

Pesquisa e extensão – Apesar das deficiências em estrutura,  a EBA  abriga muitos projetos  diários, semanais, semestrais e anuais. A lista  é bem extensa, mas nem sempre foi assim. O estudante e estagiário do Núcleo de Apoio à Pesquisa e Extensão da EBA (NAPEX), Pericles Vinicius afirma que a maioria desses projetos nem sequer eram catalogados e aconteciam  sem que grande parte da comunidade soubesse.

O NAPEX foi criado pela direção da EBA, na figura de Nanci Novais, que convidou a professora Erica Ribeiro para assumir a coordenação do Núcleo. Em agosto do ano passado foi iniciado o registro dos  projetos no Sistema de Registro e Acompanhamento de Atividades de Extensão (SIATEX) que a totalidade dos projetos conhecidos  ficou mais próxima do real. A lista que contava apenas com 17 projetos registrados, atualmente conta com mais de 200 projetos catalogados. A relação ainda está incompleta, mas novos projetos são registrados sempre que descobertos.

Um dos  projetos é a  empresa júnior da EBA, Alinhavo. Coordenada pela professora tutora Erica Ribeiro, a empresa foi criada há pouco mais de três anos e conta com 16 funcionários. Em sua vasta carta de serviços está  design gráfico em geral, animação, produção audiovisual e outras atividades  que integram os quatro cursos oferecidos pela escola: Design de Interiores, Design, Bacharelado e Licenciatura em Artes Plásticas.

Outro projeto é A memória da EBA. Coordenado pela professora e diretora, Nanci Novais, o projeto une professores e alunos bolsistas na  missão de restaurar o enorme acervo artístico da escola.

A Galeria do Aluno é um programa da escola coordenado pela professora Priscila Valente. Responsável por promover exposições, performances e outras manifestações artísticas dos alunos da EBA, a Galeria possui o objetivo de difundir a produção artística além de abrigar exposições de não alunos da escola, com tanto que estas favoreçam a troca e o enriquecimento do repertório artístico da comunidade EBA e de seus visitantes.

O edital para seleção das exposições que serão abrigadas é lançado anualmente e as pautas, geralmente, duram 17 dias contando da montagem até a saída de cartaz.

Bem Comum é um projeto idealizado e realizado pela professora Ines Karin e consiste em um cultivo de horta dentro do campus da EBA. Além disso, uma vez por ano a professora reúne pessoas e faz uma receita com os produtos colhidos na horta.

 

 

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