Exposição “O que guarda o silêncio nas pedras” entra em cartaz na Galeria Cañizares
Mostra pretende despertar no público sensações que possibilite escutar o silêncio das obras. As obras são frutos da pesquisa de mestrado da artista
Por: Glenda Dantas
Representar, por meio de corpos-objetos, a inter-relação entre materialidade e imaterialidade. Este é objetivo da exposição “O que guarda o silêncio nas pedras”, da artista Luisa Magaly, que entrou em cartaz, na última segunda (23), às 17h, na Galeria Cañizares.
As sete obras inéditas expostas são fruto da pesquisa de mestrado em Processos de Criação em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFBA. Magaly conta que, já planejava, produzia e trabalhava na exposição desde o início da pesquisa de mestrado. “Todas as obras foram finalizadas esse ano, mas “Deixar Passar”, por exemplo, está sendo feita desde o início”.
“Na última exposição coletiva, eu trabalhei com uma ação, que depois se tornou uma instalação e agora eu trago a cerâmica instalativa”, explica. As criações são todas em cerâmica, material que ocupa os lugares simbólicos, junto com granito, cristais brutos e sal grosso. Metais como cobre e ferro aparecem nos suportes das obras.
Segundo Eriel Araújo, artista visual e curador da mostra, os procedimentos artísticos aplicados demonstram “relações com o sagrado e o cotidiano de nossas vidas, atrelados aos fenômenos da natureza”. A exposição possibilita aos visitantes escutar os mistérios que estão por trás do silêncio das obras.
“O que guarda o silêncio nas pedras” é formatada com o viés da espiritualidade e da transcendência, e é isso que Magaly pretende despertar. “Quero que o público seja afetado através desse material que me afetou. Pretendo que eles vejam além da materialidade. Agora essas obras não são mais minhas, são das pessoas. São de quem vem, de quem vê, de quem sente”.
A abertura da mostra contou com a participação de familiares e amigos da artista, bem como curiosos. Caio Ferrer, estudante do BI em Artes, foi um dos curiosos, que motivado pela movimentação na EBA, entrou para visitar a exposição e se emocionou com o que viu. “As obras me fizeram atribuir vários significados à tudo. Foi uma experiência super subjetiva e estou contagiado pela emoção”, conta.
Luisa Magaly, 27 anos, nasceu em Saúde-BA. É licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (2014) e professora de Artes do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia Baiano – IFBAIANO. Possui trabalhos em múltiplos meios visuais, entretanto sua atual pesquisa está voltada para os procedimentos cerâmicos hibridizados com as linguagens da ação e instalação. Ela trabalha com a presença do ânima (alma) nos objetos. “Minhas pesquisas tentam provar o jogo do material e do imaterial nessa perspectiva anímica de acreditar que, tanto o inanimado quanto o animado, possuem alma”.
As obras intituladas de Pedra do Caminho, Afluências, Leito/Foz, Tanto invade até que curva, Fluxos contínuos e Deixar passar, podem ser apreciadas até o dia 1 de Novembro, de segunda a sexta das 9h às 18h e possui entrada franca. A Galeria Cañizares fica na Avenida Araújo Pinho, no Canela.