3º Salão da Escola de Belas Artes da Ufba reúne artistas da graduação

Por Carla Letícia Oliveira

Um salão de arte que é transformador: converte produções de sala de aula em obras de arte e alunos em artistas. A Galeria Cañizares é o espaço responsável por viabilizar a exposição dos produtos dos estudantes de graduação da Universidade Federal da Bahia, através do Salão da EBA. Durante os quinze dias de sua 3ª edição, o Salão apresentou o tema Temporalidades e promoveu uma roda de conversa, que reuniu vários dos artistas expositores, na última quarta-feira, 08.

A integração e troca de ideias entre visitantes, professores e artistas era a pauta principal da roda,  que gerou um bate-papo multidisciplinar, com questões que foram além da mostra de arte. Questionados, principalmente, sobre a estética de seu trabalho e as inspirações e motivações que permitiram sua produção, a grande maioria dos artistas pontuou, como essencial, o papel de suas experiências pessoais no processo de criação.

Fotos: Letícia Oliveira
Fotos: Carla Letícia Oliveira

A obra de Rodrigo Seixas é a única que ocupa o centro do espaço. Intitulada como “Contém Alguns Futuros”, é possível vê-la em escultura e também pintada, expostas próximas para permitir que o espectador assimile sua relação. Segundo ele, sua intenção ao tratar de temporalidade é mostrar “os futuros que tem guardados”, trabalhar sobre o conceito de  guardar, em um desenho com tendência processual que se desdobra na cultura.

Mostrar diferentes reflexos do trabalho no aspecto cultural também foi proposta evidenciada por Thais Mota, cujo trabalho é uma gravura em metal, feita, como a de outros artistas, a partir de uma matéria cursada na faculdade. “Minha obra se chama “O Desejo em Mim” e fiz minha pesquisa baseada na experiência pessoal. Gosto de discutir o feminino em meus trabalhos, mas percebo que é também um tema universal”, afirma a estudante de artes plásticas.

Já Júlia Bitencourt conseguiu chamar a atenção do público pela inovação na forma de representação. Seu trabalho é um bordado em tecido, exposto em quadro perpendicular à parede. “Todos querem ver o fundo do bordado, então esta foi a maneira que encontrei para que pudesse ser visto dos dois lados”, diz ela.

Rafael Pereira é aluno de design e destaca a importância da exposição para os estudantes da universidade como um meio de incentivo e valorização. “É muito interessante o fato de o aluno ter esse espaço para suas produções, acadêmicas ou não, que permite a divulgação de seu trabalho e até mesmo o reconhecimento da sociedade”, afirma ele.

O SALÃO

Diversos alunos dos cursos de artes inscreveram suas produções, que passaram por processo de seleção através de uma banca composta por professores da EBA e outros profissionais das artes visuais. A exposição teve 82 obras inscritas dentre as quais 15 selecionadas, e este ano buscava, além de aproximar o artista de sua produção como parte integrante dela, trazer também a universidade para mais perto dela mesma. A maior parte do público da exposição é de alunos da própria EBA, o que deve ser superado, de acordo com a organização. “Gostaríamos muito que alunos de outros cursos e outras universidades conhecessem e prestigiassem a galeria. Queremos com isso promover a integração com outras faculdades e aproximar a Ufba da Escola de Belas Artes. A universidade precisa conhecer mais o que produz” disse Mariela Hernandez, coordenadora da Galeria.

A exposição tem cerimônia de encerramento prevista para esta sexta-feira, 10, às 19 horas.

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