Biblioteca Central da UFBA recebe a exposição “Mulher, artista, urbana!”
O trabalho vencedor do edital PIBEXA 2017 tem a intenção de discutir o espaço da mulher na produção de arte e cultura
Por Kelven Figueiredo
Quem passa pela Biblioteca Central da UFBA pode conferir a exposição fotográfica “Mulher, artista, urbana!: Uma cartografia sobre danças corpografias e pixação em Salvador”. Idealizado por Ana Souza, estudante de Licenciatura em Dança na UFBA, o projeto é vencedor do edital PIBEXA 2017 e pretende dialogar poéticas visuais, direito à cidade e artivismos – ativismo pela perspectiva da arte – femininos ao retratar mulheres que são artistas de rua exercendo seus trabalhos. A instalação segue em cartaz até o dia 03 de novembro e pode ser visitada durante todo o dia.
A mostra fotográfica integra o calendário de atividades do projeto-ação de mesmo nome. Ana explica que o intuito é desenvolver novas propostas de espaços e leituras da cidade de Salvador. Ela mapeou artistas de rua de diversas expressões, na busca de contar as histórias dessas expressões artísticas, a partir da criação de redes de compartilhamento, divulgação dos trabalhos das artistas, criação de portfólios, ações públicas e registros audiovisuais, até chegar à montagem de uma cartografia física da cidade, a partir dessas movimentações femininas.
O trabalho tem a intenção de discutir o espaço da mulher na produção de arte e cultura, inclusive nos ambientes que a estudante idealizadora considera como transgressores, como o pixo. “Quando esse corpo que troca informações com o meio é o de uma mulher – aqui estende-se a discussão às performatividades do feminino, porém não aprofunda-se – quais as específicas relações que ele estabelece, os limites da sua liberdade de expressão, as violências que são direcionadas a ele?” questiona Ana.
O trabalho foi construído por um grupo formado por estudantes e pesquisadoras, como as professoras Ines Linke e Roca de Alencar, que orientou Ana nas pesquisas. O ensaio surge à partir de questionamentos trazidos por Ana a partir de sua própria experiência como mulher e artista. Ela ainda retrata sua forma de perceber o cotidiano urbano de forma potencial para experiências artísticas e como isso afeta seu corpo. Segundo ela, o processo criativo da exposição está relacionado com os demais do projeto, desde a criação dos roteiros de entrevista, até a escolha das orientadoras, o que durou sete meses. Boa parte do processo de realização do projeto está disponível na página do Facebook.