“Curiosamente, mulheres foram as que mais estranharam vestido com sangue menstrual”, conta monitora da exposição 365 Luas
Em cartaz até a próxima sexta feira na Galeria Cañizares, exposição 365 Luas faz parte da comemoração dos 140 anos da Escola de Belas Artes (EBA) da UFBA
Por: Lucas Arraz
A exposição 365 Luas encerra suas atividades na próxima sexta-feira (9). A mostra ocupa a Galeria Cañizares há cerca de um mês e chamou a atenção pelo acervo de vestidos com alegorias, lingeries e um vestido coberto de sangue menstrual das expositoras coletado durante um ano.
A mostra é resultado do Projeto de Qualificação Laboratorial em Moda, Arte e Design Armod, apoiado pela Secretaria de Cultura (SECULT). Estão expostas 12 peças de roupas e três objetos curadas pela professora de Artes Plásticas da EBA, Maria Luedy. Há ainda a exibição de um ensaio fotográfico feito por André Santana com modelos usando as vestimentas da mostra.
Ao todo, 400 pessoas visitaram 365 Luas durante as quatro semanas de exposição. Segundo Débora Santana, aluna do curso superior em Decoração da UFBA e monitora da galeria, a peça que mais chamou atenção foi o vestido feito com sangue menstrual. “Curiosamente, as mulheres foram as que mais estranharam o vestido”, comenta.
O vestido que chamou a atenção também dá nome à exposição. 365 Luas é uma alusão ao ciclo lunar e ao período de um ano no qual foi feita a coleta do material menstrual. A ideia do vestido surgiu após a turma do Armod perder metade dos seus alunos logo no começo do projeto, restando apenas mulheres no processo. Em cartaz até sexta-feira, 365 luas pode ser visitada de 9h ás 18h.
Dentre as participantes estão Ana Luiza Pinheiro, Anália Vally, Cat Jacquera, Denise Fernandes B. Moitinho, Deyse Borges, Joselina Montenegro C Lima, Juliane Tavares, Lara Guimarães, Ludmila Olicar, Maria Juliana Alcântara, Oganízia Maria Dias, Rita de Ribeiro, Silvia Naya “in memorian”, Silvia Teixeira e Tai Oliver.