Abertura do XI Enecult coloca em xeque a atual posição da cultura no país
Artur Mello
Na noite da última terça-feira, 11, foi realizada a abertura do XI Enecult (Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura), na Faculdade de Arquitetura da Ufba. O evento contou com a presença de grandes nomes no campo da cultura nacional, como o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, o secretário de Cultura da Bahia, Jorge Portugal, e a cantora Margareth Menezes.
Também participaram da mesa de abertura o vice-reitor da Ufba, Paulo Miguez, o coordenador do Cult (Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura) e do XI Enecult, o professor doutor Roberto Severino e o representante da Facom (Faculdade de Comunicação), o também professor Leonardo Costa. Além destes, o presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, a coordenadora do Pós-Cultura, Edilene Matos, o diretor o Ihac (Instituto de Artes, Humanidades e Ciências), Messias Bandeira, e o diretor do Instituto Itaú Cultural, Eduardo Saron, completaram a mesa.
Com a cultura como pauta central, os convidados incentivaram o público a refletir a cultura em paralelo com a política. Eduardo Saron mostrou sua total preocupação com o lugar da cultura na política atual e fez questão de ressaltar a importância do Enecult no processo de mudança: “A cultura tem que estar no centro das políticas públicas para que ocorra uma transformação no país. O Enecult tem papel fundamental nessa luta”.
Jorge Portugal e Fernando Guerreiro afinaram seus discursos para os efeitos que a cultura, como parte importante na política, traz à sociedade. “A luta é cada vez mais colocar a cultura na agenda política. Precisamos estar mais atentos nos efeitos positivos que a mescla da cultura com a educação trazem para a sociedade”, afirmou Guerreiro.
O Ministro da Cultura, Juca Ferreira, aproveitou a oportunidade para falar sobre o atual momento da cultura na Bahia e relacionar a situação com a programação do XI Enecult.
A mesa de abertura foi encerrada pelo vice-reitor, Paulo Miguez, que deu as boas vindas ao público e aproveitou o espaço para informar à comunidade estudantil baiana de que a universidade não fechará as portas: “A ditadura militar no seu auge, com toda a sua brutalidade, não conseguiu fechar esta casa, não será uma crise de orçamento que fará”.
O evento ainda contou com homenagens ao político brasileiro Zezéu Ribeiro e ao político uruguaio Gonzalo Cárambula, grandes apoiadores e incentivadores da cultura nos seus países e que faleceram neste ano. Os dançarinos, Ninfa Cunha e Deo Carvalho foram os responsáveis por uma apresentação que trouxe para a pauta da mesa a questão da acessibilidade. Ninfa é usuária de cadeira de rodas e o tema será foco do simpósio Acessibilidade Cultural, que acontece nesta quinta, 13, e na sexta-feira, 14, como um dos destaques da programação do Enecult.