O pai do axé na UFBA
Por Michelle Oliveira
O músico, cantor e compositor Luiz Caldas realizou uma aula-show sobre os 30 anos do Axé Music nesta quinta-feira (5), na Praça das Artes da UFBA, área central do campus de Ondina. Durante o evento, que tinha como tema a “Construção e Desconstrução do Axé Music”, o artista intercalou histórias de seus 45 anos de carreira com músicas em voz e violão.
A aula, gratuita e aberta ao público, foi parte da programação de atividades que marca o início do primeiro semestre de 2015. Luiz Caldas agradeceu a oportunidade e destacou a importância da educação. “Poder falar para tantas pessoas que representam um futuro de melhorias para o nosso estado é maravilhoso”, comentou.
Público jovem
Na plateia, não eram apenas pessoas com mais de 30 anos que acompanhavam o cantor. “Eu sou fã de Luiz Caldas. Acho interessante ter um evento com a participação de alguém que é um exemplo de música na Bahia”, disse Alisson Suzarte, de 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio. Isabela Coelho, 18, estudante do BI de Ciência e Tecnologia, diz que apesar de não ser fã, ouve o cantor desde a infância por causa dos pais. Mesmo quem não ouve axé compareceu ao evento, como foi o caso de Maurício Sento-Sé, 21, “fomos liberados das aulas e meus amigos me incentivaram a vir”, esclareceu o estudante de Letras.
Música
Durante a aula, Luiz Caldas cantou uma das músicas do CD que gravou em tupi. Ele, que é considerado o pai do axé, ainda tem músicas nos gêneros forró, frevo trieletrizado, samba, MPB, heavy metal, reggae, dentre outros. Na aula-show, “Ave Maria”, “Basta dizer sim”, “Ajayo” e “Oxumalê” foram algumas das músicas apresentadas.
O músico não acredita que o gênero que inventou está em crise. “O que está em crise é o artista. O axé não é mais aquele gênero que gerava milhões [de reais] e que qualquer um se apoderava dele, pagava rádio e virava artista”, afirmou.
O menino que aos 16 anos foi convidado para cantar em um trio elétrico pela primeira vez, não pretende parar aos 52. Luiz Caldas revelou que tem planos de lançar um CD inspirado no Oriente. “Enquanto tiver inspiração, estarei aqui”.