Quem são os Guardiões da Chapada? Live debate a importância dos polinizadores e do homem na preservação
Live será nesta quinta-feira (18), às 17h, no Instagram dos Guardiões da Chapada
O Parque Nacional da Chapada Diamantina, situado no estado da Bahia, é uma região de serras, de onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio de Contas. Conhecido pelas paisagens deslumbrantes e pela riqueza de sua flora, o parque precisa da ação dos polinizadores e do homem para manutenção da sua biodiversidade. Esse é o tema da live desta quinta-feira (18), às 17h, no Instagram @guardioesdachapada, projeto vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estudos Inter e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução (INCT IN-TREE). Nessa edição da série “E se os polinizadores entrassem em quarentena?”, os pesquisadores Daiana Nunes e Murillo Medeiros mostram quem tem a função de guardar e preservar a Chapada. Além disso, apresentam o projeto que mobiliza cientistas e moradores do local em prol de pesquisas sobre e para a região.
Afinal, quem são os guardiões? Para Daiana Nunes, quando pensamos em guardiões da biodiversidade, vêm à mente os polinizadores (aves, morcegos, roedores, insetos) e o destaque especial costuma ser para as abelhas. Para se alimentarem, as abelhas dependem, sobretudo, do néctar e do pólen. É exatamente ao visitar uma flor, em busca de comida, que as abelhas promovem a polinização. Mas os benefícios vão além. “Alguns estudos destacam que a presença dos polinizadores é importante também para a maximização da produção, a qualidade dos frutos que são formados (peso, teor de óleo e açúcar), aumento do número de frutos e sementes, além de contribuírem na uniformização e no amadurecimento desses frutos, diminuindo assim os custos com mão de obra para realização da polinização artificial (manual), que nem sempre é viável”, explica Daiana.
“Mas, para além disso, quem mais pode ser um guardião?”, provoca Murillo Medeiros. Segundo o pesquisador, quando pensamos em produção de alimentos e polinização, os agricultores e técnicos agrícolas são guardiões de extrema importância, que precisam ser envolvidos na conservação dos polinizadores. Nesse sentido, o INCT IN-TREE desenvolve a pesquisa cidadã, cujos métodos solicitam a participação do cidadão comum em etapas do processo científico. “Uma das formas de integrar consiste em pesquisas interdisciplinares que possam unir ecologia e psicologia social, a fim de entender o que move o comportamento dos trabalhadores do campo e as restrições que os afetam”, pondera. Murillo enfatiza que todos nós, independente da lida no campo, podemos ser guardiões. Saiba mais no site do projeto!
Conhecendo o projeto Guardiões da Chapada
O projeto de ciência cidadã Guardiões da Chapada é uma realização da Rede de Pesquisa, Ensino e Extensão para Uso e Conservação de Polinizadores e dos Serviços de Polinização – POLINFRUT, vinculado ao INCT IN-TREE e coordenado por Blandina Viana. Com a intenção e conservar o serviço de polinização e a diversidade de polinizadores, os cidadãos são convocados a fazer parte da pesquisa. De forma voluntária e consciente, os participantes produzem registros fotográficos dos animais nas flores, em ambientais naturais, urbanos e agrícolas, alimentando um rico banco de dados. O polinizador mais conhecido é a abelha, mas insetos como besouros, moscas, vespas e mariposas também realizam esse papel. Além dos morcegos e pássaros.
“A transferência de grãos de pólen entre as flores realizada por animais polinizadores é um serviço ecossistêmico chave para manutenção da biodiversidade e segurança alimentar. O declínio de polinizadores pode comprometer a manutenção de serviços ecossistêmicos, reduzir a biodiversidade e a produção agrícola”, explica Blandina Viana.
O projeto foi criado em 2015, envolvendo estudantes e professores da UFBA e representantes de diversos setores das comunidades locais dos municípios de Mucugê, Lencóis e Ibicoara. De maneira colaborativa, já foram produzidas cartilhas e jogos, realizadas Bioblitz (coleta massiva de dados em campo) e diversas oficinas sobre polinização e polinizadores. Em paralelo, o projeto vem utilizando as redes sociais, Facebook e Instagram e Youtube, para promover suas ações e divulgar informações de base científica sólidas, para o público em geral.
Serviço
O quê: edição da série de lives “E se os polinizadores entrassem em quarentena?”
Quando: amanhã, às 17h (outra edições: 18/06)
Onde: instagram @guardioesdachapada.