UFBA em isolamento: confira como programas de extensão estão atuando
Ações de ajuda ao próximo se tornaram comuns dentre alunos de extensão da UFBA
Por Luana Lisboa*
Apesar de responsável pela suspensão das aulas presenciais, a pandemia não impediu trabalhos de dois dos três pilares que mantém a universidade funcionando: pesquisas e extensões. Através dos programas de extensão, os alunos têm se dedicado desde à doação de máscaras em aldeias indígenas até ao cuidado interno com a saúde mental de seus membros. Tudo isso sem deixarem suas casas.
O Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania (CCDC), por exemplo, tem auxiliado projetos de outras organizações que estejam ajudando comunidades no combate ao coronavírus. Isso acontece através da divulgação de um edital, criado pelo Fundo Baobá para Equidade Racial, com esse objetivo. O Fundo Baobá é uma organização sem fins lucrativos que atua no Nordeste do Brasil com o propósito de promover a equidade racial para pessoas negras no país. O CCDC, então, se propôs, de forma voluntária, a conectá-los à lideranças de comunidades PCTs (povos e comunidades tradicionais) de Salvador e do Recôncavo Baiano, explicou a coordenadora do grupo, Tâmara Tarso.
A bolsista Andressa Franco explica como ocorre essa conexão. “O processo foi o de entrar em contato com as lideranças das comunidades para informar sobre a existência do edital, oferecer ajuda para inscrevermos elas, acompanhar o resultado e fazer o orçamento de cestas básicas que podiam ser montadas para os projetos”. As organizações que conseguirem a bolsa receberão um auxílio de até 2500 reais do Fundo Baobá para que seus projetos possam sair do papel.
Os membros do PET Comunidades, grupo formado por estudantes indígenas de várias graduações, também têm auxiliado PCTs. O professor-orientador Danilo Ramos conta que a maior parte dos integrantes voltou para suas casas, nas aldeias e, com isso, estão sem acesso à internet. Por isso, as atividades do PET estão suspensas e as ações estão todas voltadas para o enfrentamento do COVID-19 nessas aldeias.
“Os alunos que conseguiram entrar em contato com os que ficaram em Salvador relataram estar ajudando nos cadastros dos moradores das comunidades para p auxílio emergencial. Outros estão confeccionando máscaras para doarem nas aldeias e outros fazem vídeos divulgando informações sobre a pandemia”. É o que conta Vanessa Pataxó, uma das integrantes que ficou em Salvador durante a quarentena.
Um programa de extensão que também tem se adaptado às mudanças é a empresa júnior de Psicologia. Semanalmente, os membros da Psicojúnior se reúnem para desenvolver um projeto de consultoria sobre a saúde mental de membros de outras empresas juniores. Uma das diretoras da empresa, Victoria Alencar, fala sobre a necessidade de adaptação dos projetos diante da realidade de isolamento social, uma vez que não há previsão de voltarmos com o calendário acadêmico. “Tudo pode ser adaptável, mesmo que se percam algumas características. O objetivo é moldar da melhor forma para que essas qualidades não sejam perdidas”.
Nas redes sociais, as ações do PET Odontologia têm tido seu destaque. Pensando no momento de inquietação que o isolamento pode ser para alguns, eles têm disponibilizado vídeos leves em seu Instagram (@Petodontoufba), com temas que vão de saúde mental até receitas caseiras e curiosidades sobre carreira. Os vídeos, de até 10 minutos, fazem parte do Ciclo RE’s (Ressignificar, Reinventar e Resistir), projeto pensado pelos estudantes em conjunto com a orientadora Iêda Crusoé-Rebello para que seja um auxílio em tempos de isolamento. E o retorno tem sido positivo. “Os comentários deixados pelos espectadores são sempre muito positivos e o engajamento cresce a cada novo conteúdo. Essas observações nos permitem ir além a cada semana”, conta Iêda.
O PET Elétrica também tem se preocupado com a saúde mental de seus membros e entende que um ombro amigo pode ter muita serventia em momentos como esse. Nas reuniões, adicionaram um ponto de pauta com o nome de “Quarentena”, para que, entre si, compartilhem como estão lidando com a situação, num apoio mútuo. “Sabemos como esse momento pode afetar nossa saúde mental e estamos utilizando essa estratégia para auxiliar nossos petianos, sempre incentivando a prática de exercícios físicos, o estabelecimento de uma rotina e também o entretenimento: séries, filmes e jogos”, afirmaram.
*voluntária da Agenda Arte e Cultura
Photo by Vera Davidova on Unsplash
Muito bom! Feliz de ver nossa Universidade viva!
Excelente momento para conhecermos as ações de nossa Instituição. Parabéns Luana. Convido a todos para conhecer o RE no InstaTV @petodontoufba.