Ambientalista explica mudanças no clima de Salvador em evento nesta terça-feira
A live é promovida pelo Fórum Clima Salvador no canal Biologia Dinâmica
“Está chovendo demais em Salvador!”; “Amanhece o maior sol e, depois, cai uma chuva do nada!”: frases, assim, têm sido triviais nos últimos tempos e revelam uma preocupação de soteropolitanos e visitantes com as mudanças climáticas na primeira capital do Brasil. Mas, afinal de contas, o que está acontecendo? Estamos preparados para as transformações? Essas questões mobilizam cientistas do Fórum Clima Salvador, que promove nesta terça-feira, dia 4, às 18h, um bate papo com o ambientalista Virgílio Machado sobre o assunto no Instagram @biologiadinamica – canal comandado por Edelvio Gomes.
Pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estudos Inter e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução (INCT IN-TREE), Virgílio integra também o Fórum Clima Salvador – um grupo de cientistas e ambientalistas que, ao produzir dados sobre o impacto da mudança climática global em Salvador, busca alternativas para reduzir os possíveis danos causados, especialmente, pela poluição.
O aquecimento global provocado pela emissão de gases poluentes na atmosfera é o responsável pelas alterações no clima. Como a humanidade continua queimando combustíveis fósseis, utilizando fertilizantes e realizando queimadas, por exemplo, a perspectiva é de que essa realidade não mude. Assim, o problema converte-se não em reverter o aquecimento global, mas em reduzir os gases do efeito estufa emitidos no ambiente. Essa é a esperança do Acordo de Paris, um tratado, aprovado em 2015, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC) que coordena medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020. O objetivo das ações é conter o aquecimento global abaixo de 2 ºC, preferencialmente em 1,5 ºC, e reforçar investimentos no desenvolvimento sustentável.
O problema central é que, mesmo com a redução da emissão de gases do efeito estufa, o aquecimento vai continuar gerando impactos, como chuvas muito fortes, chuvas concentradas, longos períodos de seca, aumento do nível médio do mar, entre outros. O ambientalista Virgílio prevê que Salvador deve perder algumas enseadas e, se o município, a sociedade civil e instituições privadas não começarem a tomar medidas preventivas efetivas, viveremos, entre outros problemas, crises de água. “O abastecimento de água para Salvador depende 60% do semiárido, que vai ser gravemente prejudicado pelas mudanças climáticas”, antecipa o ativista, que vislumbra a necessidade do debate ir além da esfera municipal.
Diante desse cenário, a questão que se impõe é: Como Salvador pode se adaptar às mudanças climáticas? Essa é a pergunta que mobiliza os esforços do Fórum Clima Salvador, cuja preocupação se concentra no fato de que a cidade já não responde de forma satisfatória ao clima atual, sinalizando um possível agravamento de enchentes e deslizamentos de terra num futuro próximo. Nesse contexto, outro aspecto que merece atenção é a condição das populações em vulnerabilidade social, as quais sofrem mais com as mudanças climáticas e, no geral, são as que menos poluem, gerando, assim, uma injustiça climática que na pode ser desconsiderada e merece reflexão em diferentes campos. Virgílio explica que, neste momento, o fórum está acompanhando a elaboração do Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima de Salvador (Pmamc), que foi iniciada em janeiro e deve ser concluída em outubro deste ano. Para saber mais acesse forumclimasalvador.org.br e o instagram @forumclimasalvador.
Serviço
O que: debate sobre as mudanças climáticas em Salvador
Quando: hoje, às 18h
Onde: @biologiadinamica
Quem promove: Biologia Dinâmica e Fórum Clima Salvador