Atividades artísticas, divulgação da produção acadêmica e dos espaços da UFBA marcam a Feira do Conhecimento

Os calouros foram recebidos com uma intensa programação artístico-cultural e apresentados à produção acadêmica das diversas unidades da UFBA. O evento proporcionou uma maior integração entre veteranos e novatos, que puderam conhecer um pouco mais sobre os trabalhos realizados por alunos, funcionários e instâncias da universidade. 

*Por Ítalo Richard

O semestre está só começando e na última sexta-feira (28) os estudantes recém-chegados à Universidade Federal da Bahia foram recebidos com uma intensa programação artístico-cultural e apresentados à produção acadêmica das diversas unidades. O evento, chamado de Feira do Conhecimento, realizado na Praça das Artes, tem uma proposta multidisciplinar que agrega todas as áreas do conhecimento estimulando a participação dos alunos em projetos de ensino, pesquisa e extensão. A Pró-reitora de Extensão Blandina Felipe Viana ressaltou a importância do evento para a comunidade da UFBA. “Considero um dos momentos em que a gente consegue coroar o processo acadêmico. O momento em que os calouros podem trocar conhecimento com colegas de outras áreas, conhecer as pesquisas, as atividades de extensão, a produção acadêmica. Esta é uma festa do conhecimento”, disse.

O evento faz parte do calendário oficial da universidade e acontece desde 2003. A festa, antes conhecida por “Recepção Calourosa”, é realizada na Praça das Artes desde o ano passado com o nome de Feira do Conhecimento. A confraternização entre alunos, professores, funcionários e gestores é um dos objetivos do encontro.

Este ano, todas as unidades da UFBA foram contempladas em estandes, incluindo as pró-reitorias, o Smurb (Serviço Médico Universitário Rubens Brasil) e o DCE (Diretório Central de Estudantes). Os espaços possibilitaram uma maior interação entre os estudantes, que se dividiam entre um estande e outro. “É um momento de interação entre os cursos e pessoas de outras unidades. Possibilita conhecer as pesquisas realizadas em outras áreas, a produção acadêmica da UFBA”, destacou Lucas Santana, terceiro semestre de Economia que passeava pelo estande do IHAC (Instituto de Humanidades Artes e Ciências Milton Santos).

Diversidade

Foto: Ascom PROEXT

Os calouros aproveitaram a diversidade de trabalhos expostos para conhecer melhor a universidade. Os estudantes puderam usufruir dos serviços médicos da UFBA no estande da Smurb e quem passou por fisioterapia pôde desfrutar de massagem.  A enfermeira do Smurb Cleide Araújo aproveitou para falar sobre a importância do serviço médico oferecido pela universidade: “Esse é um serviço importante porque o estudante é acolhido, seus problemas identificados e é dado um suporte, inclusive psicológico. Todos os estudantes devem fazer os exames antes de entrar na universidade. O ideal é que procure o atendimento no início do curso para que possamos fazer uma triagem”, explicou.

O público presente também foi convidado a participar das performances que aconteciam no espaço reservado a Belas Artes ou bater um “baba”, promovido pelos alunos de Educação Física, no meio da Praça. Foi o que fez Arthur Scovino, veterano do curso de Belas Artes, que armou junto com seus colegas uma piscina de plástico no meio da praça. A intervenção intitulada de “Piscinão_Mizera” despertou a curiosidade de quem passava pelo local. “A gente está aqui convidando todos para as oficinas em nosso estande e chamando pra fazer performances”, disse Scovino.

Foto: Ascom PROEXT

Já o “Desafio Golzinho”, promovido pela Faculdade de Educação Física, tinha a intenção de divulgar o esporte na universidade. “É um momento que a gente encontrou para divulgar o esporte na UFBA. Muita gente não sabe quais esportes são praticados aqui. Temos atletismo, natação, futebol, handebol… Qualquer estudante de qualquer área pode participar. Eles podem procurar informações no PROAE (Pró-Reitoria de Assistência Estudantil)”, destacou Manuela Gomes, oitavo semestre de Educação Física.

O Xadrez foi a grande novidade dessa edição da Feira do Conhecimento. A mesa de jogo nunca estava vazia e o número de pessoas em volta aumentava a cada partida. Adam Lopes, terceiro semestre de Geofísica, Bi-campeão baiano de xadrez, estava presente monitorando tudo. A ideia de levar o xadrez para a Calourosa foi de Jaime Prazeres, pedagogo do PROAE. “A ideia é começar a fomentar a atividade aqui na UFBA. Nós vamos organizar um torneio em breve e queremos a participação dos alunos. Aqui na calourosa o xadrez está sendo bem recebido. Não param de chegar estudantes para participar”, comentou.

Foto: Ascom PROEXT

A Feira do Conhecimento também trouxe para próximo dos estudantes os espaços culturais da UFBA, a exemplo dos museus, pouco conhecidos e frequentados. Nesse sentido, a museóloga e funcionária do Museu de Arte Sacra Juciléa de Cerqueira Santos sinalizou a importância do evento. “A maioria dos estudantes não conhece os equipamentos da UFBA. Então quando se faz uma feira como essa o estudante fica conhecendo os museus, os equipamentos da faculdade. A UFBA tem vários equipamentos que ficam desconhecidos do público”, disse.

Troca de conhecimento

Um dos espaços mais disputados foi o de Biologia, onde eram expostos animais empalhados e peçonhentos. Diego Sales, oitavo semestre do curso, já participou de três edições como monitor. Ele destacou a quantidade de alunos de outras unidades que foram conhecer o espaço. “Estudantes de todas as áreas estão vindo ao nosso estande, alunos de letras, medicina, física. Tem havido muita integração”, assinalou. Sobre os animais peçonhentos expostos, Diego falou que é uma oportunidade de quebrar a visão que algumas pessoas têm sobre a periculosidade desses bichos.  “Acho importante essa interação, pois as pessoas têm uma visão errada sobre os animais peçonhentos e aqui a gente vai passando informações para desmistificar esse pensamento”, apontou.

Blandina Felipe Viana, Pró-Reitora de Extensão
Blandina Felipe Viana, Pró-Reitora de Extensão

A caloura de Biologia Vanessa Rocha percorreu todos os estandes e não escondeu a preferência pelo do seu curso. “É uma oportunidade interessante de conhecer o trabalho desenvolvido em outras unidades. Já fui a todos os estandes, porém o mais interessante é o meu, depois o de veterinária e física”, disse. Outra estudante que destacou o trabalho realizado pelo seu curso foi Leila Viana, terceiro semestre de Química: “Temos o show da química que mistura teatro com química. Usamos a encenação para mostrar questões do cotidiano que envolvem processos químicos e depois esclarecer para as pessoas, através de um debate”, explicou. Leonardo Cerqueira, segundo semestre do mesmo curso, que estava travestido e monitorando o estande explicou um pouco sobre essa iniciativa: “O show da química tenta levar a ciência para as pessoas de uma forma lúdica, fazemos palestras, apresentação em escolas, congressos. Para conhecer melhor a química e explicar sobre o assunto, usamos a linguagem do teatro. Por isso lidamos muito com um público que não é da área de química”, contou.

Outro destaque da Feira foi o carro de Kart feito pelos estudantes do curso de Engenharia Mecânica. Michel Martiniano, terceiro semestre, falou que todos os anos os alunos representam a UFBA em São Paulo nos campeonatos. Sobre o evento, Michel destacou: “O legal é que a gente consegue chamar atenção dos outros cursos. Eventos como esse são importantes para aproximá-los. Nós, por exemplo, precisamos de pessoas de outros cursos para nos auxiliar de alguma forma, pôr em prática o que se aprende”, concluiu.

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Integração

Todos foram unânimes em reconhecer a importância do evento. Ana Paula, quinto semestre do Bacharelado Interdisciplinar de Humanidades, que participou enquanto caloura em 2011 falou que sempre traz os amigos para participar. “Fui apresentada as atividades dos outros cursos e hoje trago os colegas para participar. O evento enxerga os estudantes como cidadãos e possibilita fazer essa troca de conhecimento”, disse.

Para a caloura de Letras Priscila Souza, essa é também uma ótima oportunidade para fazer amigos, interagir com os veteranos e diminuir o preconceito com relação aos calouros. “Um evento como esse é muito importante porque você acaba conhecendo outros cursos, pode se interessar e pegar matérias nessas áreas. E é muito importante essa interação porque você acaba fazendo amizades. Uma recepção como essa acaba diminuindo o preconceito entre calouro e veterano”, disse. Juliana Hermida, terceiro semestre de Nutrição compartilhou da mesma opinião: “A calourosa é uma oportunidade dos novos alunos conhecerem outros cursos e uma oportunidade também de interação com os veteranos”, comentou.

Mostras de dança

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As apresentações artístico-culturais são sempre as mais aguardadas pelos alunos. Esse ano o destaque foi para a Escola de Dança, que trouxe diversos trabalhos criados pelos estudantes. Ariane Chagas, quinto semestre de Dança, apresentou a coreografia “Sem Querer” em parceria com Wellington Monteiro.  “Foi a primeira vez que me apresentei e achei bem legal. A gente vai participar de um concurso muito em breve”, disse Ariane.

Quem também subiu no palco e entusiasmou a plateia foi Ticiana Pereira, sétimo semestre de Dança. Ela realizou a performance “Sensurado”, que pesquisa parte do universo do funk carioca, e revelou a expectativa em se apresentar no evento:  “É uma expectativa muito grande principalmente para pessoas de outras áreas do conhecimento. Pois uma coisa é se apresentar para o pessoal da faculdade de dança e outra é para um publico mais diversificado. Eu apresentei algo que foi criado totalmente por mim e não esperava a reação calourosa do público, isso significa que eles entenderam meu trabalho”, declarou.

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Outro destaque foi Paola Vásquez, quinto semestre de Dança, que apresentou o trabalho “Aquele meu caminho”, com estética da dança do ventre. Ela já havia se apresentado no semestre anterior e contou o que sentiu em relação à edição passada. “Com relação a esse ano tenho a sensação de que foi mais organizado, teve mais pessoas, mas senti falta de uma estrutura maior para nós que apresentamos trabalho artístico. Não houve um espaço reservado para ensaio, camarim, coisa que tinha no ano anterior. Mas eu sei que esse semestre foi atípico. No ano passado foi a estreia do espaço das artes, esse ano as pessoas estão mais familiarizadas, por isso mais pessoas compareceram”, disse.

Para Gilsamara Moura, organizadora da mostra e professora da Escola de Dança, as apresentações foram ótimas e o evento um sucesso. “Não estava aqui no ano passado. Mas estou achando o evento bem organizado. E está sendo muito legal porque o GDC (Grupo de Dança Contemporânea) que se apresentou é um elenco novo, que só teve duas semanas de atividades e essa foi a primeira experiência de apresentação pública. Foi muito interessante como eles conseguiram interagir com o público e refletir bem a organização do evento”, disse. Gilsamara aproveitou ainda para salientar a importância da Escola de Dança da UFBA, a primeira do Brasil. “Em relação à UFBA, a dança precisa ser ainda mais conhecida. É um ótimo momento para os alunos novos conhecerem o que acontece lá, até mesmo para os que já estão há algum tempo na instituição. A escola de dança da UFBA é a primeira do Brasil e muitos alunos da própria universidade desconhecem”, destacou.

 

Reitora e Pró-Reitores dão as boas vindas para os calouros
Reitora e Pró-Reitores dão as boas vindas para os calouros

 

 

 

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