CABAÇA traz movimento, som e ritmo em homenagem a Smetak

Espetáculo criado pelo Grupo de Dança Contemporânea da UFBA teve apresentações na Sala do Coro do TCA, Espaço Xisto e, no fim do mês, se apresenta no MAM-BA.

*Por Natácia Guimarães – colaboração para a Agenda Arte e Cultura UFBA

O Grupo de Dança Contemporânea (GDC) da UFBA apresenta Cabaça – Homenagem a Walter Smetak.  O espetáculo estreou na Sala do Coro do TCA no último dia 31 de outubro, iniciando sua temporada de apresentações em comemoração ao centenário de nascimento do músico e compositor suíço que, entre outras coisas, mudou a concepção de se fazer música na Bahia. A coreografia da obra é uma síntese de dança européia, ameríndia e, principalmente, africana, carregada de simbolismos e expressionismo.

Realizada pelo GDC com direção de Carmen Partenostro e Gilsamara Moura, o espetáculo traz movimentos de dança com expressões corporais fortes e marcantes que expõem uma obra de dança contemporânea única e envolvente. Ariana Andrade, dançarina e estudante da Escola de Dança da UFBA conta um pouco sobre a participação dos dançarinos na montagem da obra. “O nosso processo criativo foi muito particular. Tínhamos uma direção, mas todos nós fomos co-criadores”, diz.  Outro aspecto citado por ela foi a entrega do grupo ao fazer a montagem.”Foi um processo que envolveu muito o lado emocional. Tinha dias que algumas pessoas choravam muito porque tínhamos que nos despir emocionalmente para o outro”, revela.

Estreia do Cabaça na Sala do Coro do TCA. Foto: Virgínia Andrade
Estreia do Cabaça na Sala do Coro do TCA.
Foto: Virgínia Andrade

Trilha experimental Vale destacar que a trilha sonora do espetáculo é executada ao vivo pelo percursionista André Rangel durante cada apresentação. Para a composição, o músico utilizou instrumentos de sua autoria inspirados na obra de Smetak, em intensa harmonia com a coreografia. O título da peça homenageou o lado “artista plástico” de Smetak, que chegou a criar cerca de 105 instrumentos denominados de “Plásticas Sonoras”. Os instrumentos eram elaborados no porão da Escola de Música da UFBA  e, por isso, Smetak ganhou o apelido de “o louco do porão”.

A Diretora Carmen Partenostro afirma ser importante lembrar de pessoas espetaculares e únicas como Smetak. Para ela, é uma honra poder homenageá-lo.

Foto: Virgínia Andrade
Foto: Virgínia Andrade

Final de temporada A próxima apresentação de Cabaça ocorre no Museu de Arte Moderna (MAM), no dia 29 de novembro às 17h. De acordo com os dançarinos,  o grupo tem uma viagem prevista para se apresentar em São Paulo em 2014.

Estreia do espetáculo Cabaça na Sala do Coro do TCA. Foto: Virgínia Andrade
Estreia do espetáculo Cabaça na Sala do Coro do TCA.
Foto: Virgínia Andrade

Anton Walter Smetak foi um musico suíço (1913-1984). Em 1929,  ingressou no conservatório de Zurique e,mais tarde, diplomou-se como concertista de Violoncelo em Viena. Chegou ao Brasil em 1937, mas só após passar por São Paulo e Rio de Janeiro chegou a Salvador. Foi na capital Baiana que Smetak encontrou espaço para desenvolver as experimentações musicais. Lecionou na Faculdade de Música da Bahia e, lá, criou instrumentos de sonoridades únicas e inovadoras que influenciaram artistas da época, como Gil e Caetano Veloso, e, ainda hoje,  influenciam  novas gerações.

Confira álbum completo na página da Agenda Arte e Cultura no Facebook: http://migre.me/gG8W7

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