Campos de atuação do produtor cultural são debatidos em mesa do Enprocult
*Por Adriana Santana – Comunicação do 3o. Enprocult
A segunda manhã do 3º Enprocult foi pautada por discussões sobre os Campos de Atuação da Produção Cultural. Participaram do debate desta quinta-feira, 3, a produtora teatral Vadinha Moura, a diretora da empresa de produção Janela do Mundo, Cláudia Lima, e o produtor Alê Barreto, do grupo teatral carioca Nós do Morro. Alê Barreto substituiu o superintendente do Itaú Cultural, Eduardo Saron, que enfrentou problemas no embarque para Salvador.
Vadinha Moura apresentou sua experiência na gestão de diferentes espaços culturais baianos. O Teatro Módulo, que gerencia desde 1998, é um espaço direcionado para abrigar diversos tipos de espetáculos e eventos, porém, grande parte de suas pautas são destinadas às atividades culturais dos alunos do colégio a qual está vinculado. Já o Teatro Cidade do Saber, que coordenou entre 2007 e 2013, apresenta características diferenciadas, já que é administrado por uma ONG, em parceria com a prefeitura de Camaçari, cidade da Região Metropolitana de Salvador. Além da programação artística, promove projetos voltados para as comunidades. Vadinha afirma que o principal desafio é aprender a lidar com diversos contextos sociais na Produção Cultural. “Cada lugar que você chega tem uma cara, uma característica, então você tem que se adequar às diferentes realidades”, resumiu.
Cláudia Lima apresentou sua experiência frente à empresa Janela do Mundo, que ftundou em 2007. Antes de partir para a Produção Cultural, trabalhou por 16 anos como executiva na Rede Bahia, afiliada da TV Globo. Nesse processo, foi responsável por negociar a transmissão de eventos como o Carnaval e Festival de Verão na rede nacional. “Trouxe o foco executivo para a empresa em que atuo hoje. Carlinhos Brown, um dos artistas que produzimos, costuma criar muito, então entramos numa perspectiva de como viabilizar essa criatividade”, afirmou. A administradora por formação apresentou conceitos e exemplos sobre visão estratégica e gestão do universo artístico, relação com o mercado, gestão comercial e de patrocínio, visão estratégica e gestão de eventos.
Alê Barreto articulou sua fala a partir das apresentações das duas produtoras. Ao mencionar a visão estratégica defendida por Cláudia Lima, apontou que os produtores devem aprender a lidar melhor com as ciências exatas, a fim de conquistarem um melhor planejamento para as produções. “Essa hierarquização de qual disciplina é melhor que a outra tem causado um atraso muito grande no setor cultural. O setor de entretenimento é aquele que não está atrasado no sentido de alcance de mercados, justamente por trabalhar bem com planejamento”, colocou. Na apresentação, falou ainda sobre a necessidade de conquista de autonomia por parte dos produtores, muitas vezes relegados à condição de “suporte” dos artistas.
Nesta sexta-feira, 4, a última mesa de debates do 3º Enprocult apresenta como tema as Novas Perspectivas para a Produção Cultural. Compõem a mesa a gerente de eventos da Arena Fonte Nova, Piti Canela, e os produtores DJ Branco e Messias Bandeira.