Centro Histórico de Salvador recebe Casa Hip-Hop
O projeto foi idealizado pela antiga Rede Aiyê Hip-Hop, grupo de artistas do movimento cultural de Salvador e Lauro de Freitas
Por: Laisa Gama
O Pelourinho, em Salvador, recebeu em novembro, a Casa do Hip Hop Bahia. O projeto, idealizado pela antiga Rede Aiyê Hip-Hop, grupo de artistas do movimento cultural de Salvador e Lauro de Freitas, estava com data de inauguração para o dia 12 de novembro – em que se comemora o dia mundial do Hip-Hop -, entretanto, o evento foi adiado e segue sem previsão de nova data.
De acordo com a assessoria da Casa, o local servirá como uma incubadora de processos artísticos e criativos destinados à arte-educação, empreendedorismo, tecnologia da informação e inovação. Além disso, funcionará como um espaço de referência sociocultural e articulação estratégica da cultura hip-hop e da juventude negra, promovendo estímulos ao empreendedorismo, a formação superior, a pesquisa, aperfeiçoamento de técnicas e metodologias no trabalho coletivo, na perspectiva de contribuir com a superação das desigualdades socioculturais e raciais.
A estrutura da Casa do Hip Hop conta com um estúdio de multimídia, uma sala multiuso para palestras, cursos, oficinas, projeção de vídeos e reuniões, um escritório, um espaço de coworking com exposição de livros, uma loja colaborativa, um memorial da cultura hip hop baiana, uma área externa para eventos de pequeno porte e dois banheiros.
O imóvel em que a casa está sediada, no Largo Quincas Berro D’Água, é uma concessão pública pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), sendo vinculada à Secretaria de Cultura do Estado.
O evento de inauguração iria contar com apresentações artísticas da banda Afrocidade e também do grupo Nova Era, Família Tríplice, Udi Santos, DJ Leandro Vitrola, como também apresentação de roda de breakdancing com Unidade All Star Crew. O adiamento ocorreu devido ao decreto do Governo do Estado da Bahia de luto de três dias devido ao falecimento do deputado estadual João Isidório, no dia 11 de novembro.
A Agenda conversou com o DJ Branco, coordenador da Casa, para saber mais sobre a nova data de inauguração. Confira:
Agenda Arte e Cultura: Diante do adiamento do evento de inauguração da Casa, a organização já consegue prever uma nova data para esta retomada?
DJ Branco: Estamos ainda dialogando com os parceiros e as parceiras uma nova logística para a reinauguração da casa que em breve vai ser divulgada também oficialmente. A expectativa é que nesse dia a gente tenha presente na reinauguração os representantes do interior da Bahia, porque o nome é Casa do Hip Hop Bahia, né? E a gente trouxe pra primeira atividade representante de doze cidades da Bahia e a gente está dialogando com os parceiros e parceiras para trazer essas pessoas de volta para esse grande dia. Esse evento público que vai contar também com artistas do hip-hop da cidade de Salvador e do Estado da Bahia, e atividades culturais como roda de break entre outras coisas. O grafite já foi feito. A gente tem um painel muito lindo onde mais de dez grafiteiros e grafiteiras fizeram esse painel pra gente de forma gratuita. A gente só conseguiu o material da grafitagem.
AAC: Quais são as expectativas para o dia da inauguração?
DJ Branco: Minha expectativa é que seja um dia de celebração, um dia de comemorar esse avanço, esse passo importante para cultura e para o movimento hip-hop no Estado da Bahia.
AAC: De que forma você vê a importância de agora Salvador ter um espaço dedicado à cultura do hip-hop e a juventude negra?
DJ Branco: Sempre foi um espaço almejado pelos jovens da cultura hip-hop, pelos militantes e pelos artistas a mais de dezessete anos. Então na verdade é um sonho realizado ter esse espaço de referência da cultura hip-hop que não só vai trabalhar com os elementos da cultura hip hop, mas com arte, educação, com empreendedorismo, tecnologia da informação e inovação. Esse espaço de referência do hip-hop, da juventude negra em nosso Estado só foi possível por a gente ter contato, conexão com representantes da Bahia e de várias cidades. Então a verdadeira importância mesmo é esse sonho realizado depois de muita luta. De bater na porta de muita gente pedindo apoio. Depois de muita resistência e persistência. Eu acho que isso é a principal importância. Esse espaço que dialoga diretamente com aqueles e aquelas que tem seus direitos negados vinte e quatro horas por dia, que são jovens negros e negras de periferia.
Sempre foi um espaço almejado pelos jovens da cultura hip-hop, pelos militantes e pelos artistas a mais de dezessete anos. Então na verdade é um sonho realizado ter esse espaço de referência da cultura hip-hop que não só vai trabalhar com os elementos da cultura hip hop, mas com arte, educação, com empreendedorismo, tecnologia da informação e inovação.
AAC: Sobre as acomodações do espaço, que contará com estúdio multimídia com salas também para palestras: Já existe alguma programação para o uso desses espaços?
DJ Branco: O nosso desafio agora é equipar esse espaço, montar esse estúdio multimídia e equipar o espaço com equipamentos mesmo, né? Para a gente poder e estar desenvolvendo as nossas atividades, nossa programação. A gente já tinha algumas programações para o mês de novembro, dezembro e janeiro. E por conta do não acontecimento do evento de inauguração, a gente adiou as coisas. Em dezembro a gente começa a atividade na casa. A gente exibiu o filme Marighella de forma gratuita, vai ter um campeonato, um evento de breakdance entre outras atividades, mostra de vídeo, com bate-papo, e oficinas de produção de áudio onde a gente tem um parceiro que vai emprestar os equipamentos. Então vai acontecer atividade na Casa em dezembro.