Coreógrafo americano apresenta performance em prédio em construção da Escola de Dança da UFBA
A performance que explora os desdobramentos dos tempos presentes e passado conta com a colaboração de três artistas locais
Por Greice Mara
Na próxima quinta-feira (20), o prédio em construção da Escola de Dança da UFBA será palco da performance “Intempestivamente”. O espetáculo é apresentado pelo coreógrafo norte-americano Adam Kinner, residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia. A obra é dirigida em colaboração com três artistas locais: Ana Brandão, Nerfetiti Charlene Altan e Thiago Cohen. O evento ocorre às 16h, é aberto ao público e tem lotação de 30 pessoas.
O prédio, ao mesmo tempo projeção futura e ruína prematura, mostra como noções de futuro e passado podem dobrar-se umas sobre as outras. Os movimentos desacelerados e atmosféricos dos dançarinos buscam essas dobras de tempos e usam a noção de intempestividade para refletir sobre as forças e afetos da memória e da história, bem como o papel do visitante em moldar um lugar, uma cena ou um corpo. A performance compõe uma parte de “Notes on Visiting” (Notas sobre Visitação) – uma pequena exibição do trabalho de Adam a ser exibida no Goethe Salvador.
Adam Kinner é um artista norte-americano que vive e trabalha em Montreal, no Canadá, e está na capital baiana como bolsista do Conseil des arts et des lettres du Quebéc (CALQ) – Conselho de Artes e Letras de Quebec. Seu trabalho atravessa a música, performance, coreografia e documentação, ao passo que compõem o corpo performático entre as matérias, afetos, discursos, histórias e objetos do presente vivido. Suas criações já foram apresentadas em teatros, festivais de performance, palcos de dança e galerias no Canadá, EUA, Alemanha e Holanda.
VILA SUL – Oficialmente inaugurado em novembro de 2016, o Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia é o terceiro no âmbito geral das 159 unidades do Goethe-Institut existentes no planeta, e primeiro e único da rede no “sul global”, abaixo da Linha do Equador. Sua proposta é de fortalecer interlocuções entre o Brasil e demais países do hemisfério Sul a partir da presença de artistas de todo o mundo. A vinda dos residentes se baseia no seu interesse genuíno em questionamentos que abordem perspectivas do tema ou que promovam o diálogo entre países deste hemisfério. Além de vivenciar a cidade e o estado, os visitantes têm contato com produções e agentes culturais locais, num intercâmbio de referências, experiências e conhecimentos. Entre 2016 e 2017, 27 artistas e agentes culturais já experimentaram esta oportunidade. Atualmente, entre junho e julho, mais quatro residentes estão hospedados: além de Adam Kinner, participam o artista gráfico alemão Gunther Schumann; o arquiteto e curador egípcio Mohamed Elshahed; e a cineasta indiana Subasri Krishnan.