Evento destaca gestão e participação da diversidade nos conselhos de políticas públicas

*Por Ítalo Richard

A penúltima mesa temática do Seminário de Políticas e Gestão da Cultura, realizada na noite da última quarta-feira (27), focou o debate na gestão e participação da diversidade nos conselhos de políticas públicas. Para fomentar a discussão estavam presentes José Ednilson Sacramento, estudante do Bacharelado Interdisciplinar e membro do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COEDE); o Cacique Manuel Kiriri, do Conselho dos Povos Indígenas; Maurício Reis, da Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) ; e Márcio Griô, do Conselho Estadual de Cultura. Cada um dos convidados destacou o trabalho e a luta na elaboração de políticas públicas que garanta a diversidade e a verdadeira inclusão.

Como deficiente visual, Ednilson Sacramento experimenta todos os dias as dificuldades que a vida lhe impõe. A partir de sua experiência de vida, ele falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência. Apesar de haver mais de 2.500 pessoas na Bahia com algum tipo de deficiência, essas pessoas ainda são despercebidas pela sociedade e pouco contempladas pelas políticas públicas. Ednilson ressaltou que somente agora esse assunto vem sendo pautado pelo Estado. É no sentido de orientar, promover e fiscalizar as políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência que ele, como integrante do COEDE, vem trabalhando. “É preciso orientar e fiscalizar as políticas públicas voltadas para nós que temos deficiência, pois só assim promoveremos a verdadeira inclusão”, disse.

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O cacique Manuel Kiriri trouxe para a discussão a importância da luta pelos direitos do povo indígena. “Todos os povos têm o direito de reivindicar”, provocou. O cacique não só ressaltou a importância da busca dos direitos, como sinalizou alguns avanços, como, por exemplo, a formação de professores índios, conquista de territórios, criação de conselhos e o trabalho junto ao governo na criação de políticas públicas para a comunidade indígena. Destacou a atuação de organizações espalhadas pela Bahia, mas, segundo ele, apesar dos avanços em determinadas áreas, a luta pelos seus direitos nunca poderá acabar. “Já tivemos algumas conquistas, mas temos que conquistar muito mais espaço. Queremos sempre mais”.

Os últimos a se apresentarem no Seminário foram o secretário da Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais, Maurício Reis, e Márcio Griô, do Conselho Estadual de Cultura. Maurício foi bem pontual ao mostrar de que forma a Secretaria está organizada para atender as demandas dos povos e comunidades tradicionais. Destacou os objetivos e competências da Comissão que busca, sobretudo, promover o desenvolvimento sustentável dessas comunidades. Já Márcio Griô apoiou-se na sua vivência com a tradição oral para destacar a importância de se preservar a memória e o saber da oralidade. Nesse sentido, ele enfatizou que foi um desafio para o Conselho Estadual de Cultura trabalhar na legitimidade e qualificação da tradição oral, uma vez que a escrita causa um impacto no saber transmitido de forma oral. “A função do Conselho é trabalhar os diversos saberes. O livro e a memória oral têm que se integrar”, disse.

Para encerrar a mesa temática o público foi convidado a participar através de perguntas. O Seminário de Políticas e Gestão da Cultura continua no dia 01 de abril, com a última mesa em que será discutida aEconomia da cultura e gestão de organizações afrobaianas no carnaval de Salvador.

| Serviço |

O quê: Seminário de Políticas e Gestão da Cultura

Quando: Última edição no dia 1 de abril, às 19h

Onde: PAF 3, campus de Ondina

 

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