II Seminário Griô promove mesa sobre saberes e descolonização

O evento contou com círculos de discussão e apresentações culturais. Estiveram presentes  mestres da cultura popular e pesquisadores                 

 Por: Alana Bittencourt

 

“Saberes em diálogo e descolonização” foi tema da  mesa redonda que aconteceu na última sexta, 24, na  Escola de Dança da UFBA. A atividade,  que marcou o segundo dia do II Seminário Griô,  contou com círculos de discussão e apresentações culturais. Estiveram presentes  Mestres da cultura popular, pesquisadores  e convidados especiais.    

A roda de conversas teve início com o rapper Uh! Neto, que cantou e  fez rimas relacionadas ao tema. Em seguida, a convidada Ritinha Santa, do Grupo de Mulheres do Alto das Pombas, falou sobre  a luta e a resistência das mulheres negras, dialogando com o tema e a relação do grupo com a Universidade. “Vir aqui nesse momento e socializar um processo histórico, é dizer acima de tudo que a universidade precisa de uma outra epistemologia que não seja a eurocêntrica. Precisa estar aberta a um processo de conhecimento da Cultura Popular”,  argumenta.

Os Mestres Cobra-mansa e Bule-Bule contaram suas vivências  relacionadas a capoeira, racismo, educação e cultura popular. A professora adjunta da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), deu continuidade ao debate. O círculo de conversas foi mediado pela doutoranda Solange Aparecida.

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O evento reuniu pesquisadores, estudantes e mestres dos saberes populares/ Foto: Alana Bittencourt

O II Seminário Griô: Culturas Populares e Descolonização é uma realização do Grupo de Pesquisa Griô. E pretende abrir espaços para socialização de pesquisas, produções culturais e iniciativas educacionais que dialoguem sobre e com as culturas populares. Segundo o professor Pedro Abib, o formato do evento está ligado com o seu tema central: culturas populares e descolonização.

“Nós buscamos um formato diferente para ser coerente com o tema do Seminário, que é sobre culturas populares e descolonização. Entendemos que é importante pensar em ações e estratégias para descolonizar. Foram 500 anos de uma obra que nos fez pensar como europeus, está na hora de mudar isso”,  explica  Abib, professor e organizador do Seminário.

Segundo Pedro, a existência da lei Nº 11.645, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”,  mostra o quanto nosso país é preconceituoso. “Pra mim, deveria ser algo natural em um país como nosso, que tem grande influência  africana e indígena, fazem parte da nossa história e civilização. Só o fato de precisar fazer uma lei para garantir isso, deixa bem claro que existe um preconceito contra esses saberes contra a Cultura Popular.”, completa.

A estudante de Dança Carolina Bastos, falou sobre a importância da discussão dentro da Universidade. “Eu acho que é um ato político. Nós precisamos estar atentos a todas essas questões.  Precisamos evidenciar e valorizar nossos saberes culturais, para nossa identidade ser cada vez mais valorizada”.

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