Indissociabilidade do conhecimento e relevância social são abordados durante a abertura do SEMEX

* Por Rayssa Guedes

O auditório do Pavilhão de Aulas da Federação 1 (PAF 1), recebeu, na manhã desta terça-feira, 22, a abertura do SEMEX – Seminário de Extensão Universitária – promovido pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária da UFBA (Proext). O evento, que ocorre em meio à programação da ACTA – Semana de Arte, Cultura, Ciência e Tecnologia – tem como objetivo estimular a discussão sobre os modos de interação entre a Universidade e a sociedade, visando à produção de conhecimento e à formação acadêmica e cidadã.

O seminário foi aberto pela apresentação da Orquestra de Violões da UFBA, seguido da mesa de abertura composta pela Reitora Dora Leal Rosa, pela Pró-Reitora de Extensão Universitária Blandina Felipe Viana, pelo Pró-Reitor de Ensino em Pós-Graduação Robert Evan Verhine e a Superintendente Acadêmica da SUPAC Nancy Rita Ferreira Vieira.  A Reitora Dora Leal abriu a mesa destacando a importância da universidade na ampliação de grupos de pesquisa e extensão como forma de aprendizado. A reitora citou o PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) e o PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) como exemplos de órgãos atuantes na UFBA. Referindo-se especificamente à extensão, Dora reitera o desejo de que as Pró-Reitorias inovem cada vez mais as estruturas curriculares universitárias para que “aprendamos também fora da sala de aula” e que se criem “outros espaços para a aprendizagem”.

A Pró-Reitora de Extensão da UFBA, Blandina Viana metaforizou sobre a extensão caracterizando-a como uma “caixa cheia de ‘nãos’”  no passado,  como um segmento desvalorizado dentro da universidade, e atualmente se destacando como uma “caixa cheia de ‘sim’s”, como um forte equipamento da comunidade universitária de crescimento e disseminação do aprendizado.

Valor Social  Introduzindo o eixo temático a que se propôs o SEMEX , o Dr. Jorge Luiz Barbosa, Geógrafo e Dr. em Geografia Humana  pela USP, palestrou acerca da indissociabilidade do conhecimento e relevância social para a extensão universitária no mundo vida. Barbosa referiu-se ao potencial da extensão de maneira positiva: “passar a conhecer outras possibilidades, criar novas perspectivas do conhecimento, ter um acesso mais profundo ao âmbito político e social”, para fundamentar sua ideia de que faz-se necessária a invenção e produção de conhecimento acerca da realidade para garantir os direitos da e para a sociedade. Jorge não deixou de citar a questão assistencialista, característica do governo vigente, segundo ele, como uma problemática a ser resolvida e uma influência direta à extensão, que ora influenciada encontra-se como “mero método de transferência de informação e prestação de serviços”, refletiu.

Para Jorge Luiz, a extensão é o lugar para que a excelência acadêmica crie valor e tenha compromisso social. O professor elaborou um paralelo entre a instituição do saber acadêmico e o saber do território: o primeiro, metódico, mental e abstrato, ainda é sobreposto sobre o segundo, corpóreo, popular, sensível. Para Jorge, essa hierarquização prejudica estabelecimento de uma relação horizontal entre os saberes, que para ele possuem o mesmo valor e peso na sociedade e devem andar juntos, não separados. “Não devemos ter mais o monopólio do saber, estamos caminhando para isso”, sentenciou.

Jorge Luiz Barbosa ratificou o potencial que a universidade, através da extensão, possui de estar inserida em lugares em que antes não estaria. A capacidade de “capilaridade e inflexão da universidade é possível”, declara. Em sua fala, ele ainda parabenizou a UFBA pelo trabalho incansável contra o racismo e o pulso forte nas políticas de ações afirmativas tanto dentro quanto fora do ambiente acadêmico.

O SEMEX segue sua programação com apresentações de trabalhos, palestras e discussões acerca do papel de atuação, formação e perspectivas da extensão universitária, até quarta-feira, 23.