“Um dos melhores presentes que a vida acadêmica pôde me proporcionar”: TCC da FACOM origina I Encontro de Culturas Populares de Lençóis

A Agenda conversou com Lilibeth França para entender como funcionou a idealização e repercussão do evento

Por: Maria de Moura

Fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso da UFBA, o I Encontro de Culturas Populares de Lençóis, que aconteceu em maio, deu destaque às manifestações culturais tradicionais do principal destino turístico da Chapada Diamantina. O evento, idealizado pela produtora Lilibeth França, contou com apresentações culturais e rodas de conversa sobre o cenário cultural da cidade.

Os grupos de reisados foram o foco do evento – manifestação que representa a  visita dos três reis magos e acontece de dezembro a janeiro, no samba de roda, na capoeira, nas filarmônicas e na marujada. “Queremos dar poder aos nossos mestres, fazedores da cultura local. Eles são os protagonistas deste projeto e representam o patrimônio imaterial da cidade”, defende Lilibeth.

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

A Agenda conversou com Lilibeth França para entender como funcionou a idealização do Encontro e suas inspirações.

Agenda Arte e Cultura: O que te inspirou a falar sobre o cenário cultural de Lençóis no TCC?

Lilibeth: Eu sou natural de Lençóis. Saí da cidade em 2007, quando concluí o ensino médio e fui em busca de estudos na capital. Desde criança, participei de grupos da Capoeira. Sempre participei dos festejos da Festa do Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos realizada no mês de Janeiro. A Festa do Senhor Bom Jesus dos Passos é um evento que reúne a maioria dos grupos do patrimônio imaterial. Minha mãe faz aniversário no dia 06 de janeiro, então, sempre recebemos os Reis em nossa casa no dia 6, é muito emocionante, sempre achei essa manifestação rica, merecendo mais visibilidade e mais valor. Então, eu não poderia fazer outro projeto de conclusão que não fosse pra cidade onde nasci.

Apesar de considerar o evento como a realização de um sonho, Lilibeth citou a dificuldade de captar recursos financeiros para o Encontro.

“Conseguir patrocínio para a realização de eventos como esse é cada vez mais difícil. Muitos grupos têm desistido de continuar a realização de atividades voltadas para cultura”, citou a produtora. Ainda durante a idealização, foram pensadas diversas formas de captação, como financiamento coletivo, cotas de patrocínio e apoio público via FazCultura e Lei Aldir Blanc.

AAC: Na escrita do projeto, você cita a dificuldade em conseguir patrocínio para esse tipo de evento. Como funcionou o financiamento do projeto?

L: Não temos financiamento. Me programei durante 1 ano para realizar o Encontro, com recursos próprios.

AAC: Durante o processo de pesquisa em campo, como você percebeu a receptividade da prefeitura e de empresários de Lençóis em apoiar o projeto?

L: Tivemos o apoio da Prefeitura de Lençóis, através da Secretaria de Cultura que disponibilizou estrutura de som, iluminação, mesas e cadeiras; e da TV Band Bahia com parceria de mídia. Ainda conseguimos apoio de hotéis da cidade que disponibilizaram suítes para a equipe da TV e produção. Os hotéis também forneceram lanches para os participantes.

AAC: Como foi a experiência de participar do Primeiro Encontro de Culturas Populares de Lençóis?

L: Como idealizadora, o projeto superou todas as expectativas possíveis. As pessoas chegavam me abraçando, me agradecendo pela iniciativa. A Prefeita da cidade, o Secretário de Cultura, todos vibraram.

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