Produção artística negra e feminina é tema de mesa na UFBA

Discussão fez parte do Seminário Corpo Negro em homenagem a Clyde Morgan realizado na Escola de Dança                                   

Dançarinas e pesquisadoras da área, Val Souza, Andréia Fábia e Vânia Oliveira estiveram na UFBA na tarde da última sexta-feira (7) para discutir as dificuldades da mulher na Dança. A mesa “O Corpo Feminino da Negrura” dialogou com as experiências profissionais e pesquisas das palestrantes para questionar o machismo e a invisibilidade feminina no campo das artes.

Apresentando o trabalho de dramaturgia que encena “o real”, Andréia Fábia destacou a importância da produção artística militante: “precisamos fazer protesto poético”. “Antônia”, sua produção teatral mais recente ,  aborda a violência contra a juventude negra brasileira ao contar a história de uma mulher que luta para reaver o corpo desaparecido de um dos seus irmãos mortos durante uma operação policial.

Já a coordenadora de Cultura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vânia Oliveira, defendeu o ensino e prática da dança e percussão afrobaiana nos cursos superiores de artes. Junto com Val Souza, as profissionais lembraram de momentos onde foram desacreditadas como diretoras e pesquisadoras ou ainda sofreram com o machismo de outros colegas.

A mesa foi um dos momentos favoritos do evento para Guego Anunciação, estudante da Pós Graduação em Dança. “Mulheres fortes, negras e empoderadas”, falou o pesquisador ao descrever as palestrantes. O debate encerrou o primeiro seminário Corpo Negro: Clyde Morgan promovido pelo Grupo de Pesquisa Corponectivos. A atividade celebrou a obra do professor norte-americano Clyde Alafiju Morgan, que durante 10 anos lecionou e dirigiu a Escola de Dança da UFBA.

DEBATE EM DANÇA

Entre os dias 6 e 7 de abril o Seminário Corpo Negro discutiu a influência da cultura africana na construção da cultura brasileira. A programação dialogou sobre o corpo negro em diferentes âmbitos da sociedade como o político, a sexualidade e a dança.

A programação contou com a presença de nomes importantes no estreitamento das relações entre Brasil e África. Como a cantora lírica Inaicyra Falcão, pesquisadora das tradições afro-brasileiras. Ao lado do bailarino e coreógrafo Elísio Pitta, ela compôs a mesa “Entre os Pressupostos da Colonialidade”.

Para o aluno do B.I Eduardo Nascimento, o melhor momento dos dois dias de evento foi a mesa “Criadores em Dança- Travessia e Ativismo Afro Diaspórico” na qual ouviu três personalidades da dança da Bahia comentarem sobre seus processos artísticos. “Me fizeram refletir sobre a prática da dança enquanto transformador social e corpo político”, comentou o estudante. Considerado um sucesso pelo Corponectivos, o grupo agora estuda a realização de novas edições do seminário Corpo Negro para o próximo ano.

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