PROUFBA gera inteligência sobre a Universidade
O programa Pense, Pesquise e Inove a UFBA subsidia tomada de decisões dentro da Universidade
*Por Vanice da Mata
Um dos grandes desafios no gerenciamento de qualquer organização é dispor de dados que indiquem a decisão mais adequada a tomar. A fim de instrumentalizar a UFBA com informações sobre si mesma, a Pró-reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação (PROPCI) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), através da Coordenação de Pesquisa e Criação (CPC), em parceria com a Pró-reitoria de Extensão (PROEXT) e Pró-reitoria de Ensino de Pós-graduação (PROPG), apresentou à comunidade universitária resultados preliminares do Programa Pense, Pesquise e Inove a UFBA (PROUFBA), modalidade Encomenda. O projeto consiste em uma chamada interna, através de edital, para que sua comunidade de pesquisadores investigue a própria Universidade, e não o meio externo a ela. “É obvio que esta associação entre os meios interno e externo é real, mas a ideia é que façamos pesquisa sobre nós mesmos, e com isso façamos melhorar o nosso funcionamento”, explicou Marcelo Felgueiras Napoli, responsável pela Coordenação de Pesquisa e Criação, e espécie de mediador no evento que apresentou prévia dos 11 projetos contemplados pelo edital de 2012 na última sexta-feira (25), no auditório de vídeo conferência do Pavilhão de Aulas da Federação 3 (PAF3). A atividade integrou a Semana de Arte, Cultura, Ciência e Tecnologia (Projeto ACTA 13) da UFBA, que este ano ocorreu de 21 a 25 de outubro.
Dados de uma pesquisa que vem sendo realizada desde 2010 com ingressantes dos Bacharelados Interdiscipinares (BI’s) – ainda na primeira etapa da matrícula – foram apresentados pela professora Olívia Silveira, pós-doutoranda em Estudos Interdisciplinares sobre Universidade (UFBA) e pesquisadora do Observatório da Vida Estudantil (OVE), grupo de pesquisa interinstitucional que reúne professores e estudantes da UFBA e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (URFB). De acordo com Olívia, “nestes quatro momentos de coleta, de 2010 a 2013, percebemos que já começa a haver uma alteração neste perfil do ingressante do BI”. Olívia também destacou que é perceptível um aumento no percentual de alunos oriundos de escola privada, bem como no aumento de alunos mais jovens. A capacidade financeira deste alunado também começa a crescer. “Identificamos um pequeno aumento no percentual de faixa de renda em nossa pesquisa, isso especialmente a partir de 2013”, relatou a pesquisadora. Outro dado que chamou a atenção nos resultados das questões abertas foi que se pode perceber a convergência da ideia e interesse do aluno no sentido da proposta nova da UFBA com os BI’s. “Eles [os BI’s] são outra forma de cursar uma graduação”, relata a professora. Segundo Olívia, nos Bacharelados Interdisciplinares o estudante tem mais tempo para decidir o que quer fazer, de fato, além de ter a oportunidade de vivenciar um curso mais amplo. Estes são aspectos que apareceram fortemente nas respostas dos ingressantes pesquisados, de acordo com os resultados apresentados pelo OVE.
O PROUFBA nasceu entre os anos de 2002 – 2003. De lá para cá, sofreu algumas interrupções e só viria a ser reeditado em 2011. “O projeto existe há 3 anos, sendo que o edital de 2013 já foi lançado”, adianta Napoli. Em 2012 a modalidade “Encomenda” foi fruto de um pedido da Reitora Dora Leal. “O PROUFBA nesta atual gestão teve uma encomenda da nossa Magnífica Reitora que tinha foco nos egressos dos Bacharelados Interdisciplinares (BI’s) e das Ações Afirmativas, especificamente sobre os cotistas”, explicou o coordenador. Apesar da ênfase nestas duas vertentes, o edital 2012 contemplou pesquisas de outras naturezas. Segundo Marcelo Napoli, “há pesquisa sobre os ingressantes, egressos, sobre retenções, abandonos – independente se são do BI ou não; além de investigações sobre ação em museus. Uma coisa é ênfase; outra é limitação”, ponderou o gestor. A motivação para a continuidade de todo este trabalho vem do reconhecimento de que ouvindo a Instituição de um modo mais aprofundado é possível melhorar a atuação da Universidade num futuro próximo.