UNE Volante promove oficina na Facom e diversas atividades na UFBA

A União Nacional dos Estudantes promove caravana em diversas regiões do país  com atividades e oficinas para discutir a Universidade

Por Alana Bittencourt

A comunicação e suas ferramentas foram tema da Oficina promovida na Facom, pela UNE Volante, no segundo dia de atividades na Universidade Federal da Bahia. O evento foi ministrado por estudantes integrantes da UNE de outros estados, com o objetivo de explicar e convidar os estudantes para integrar a comunicação colaborativa do Circuito Universitário de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes (Cuca da UNE).  

A oficina teve início com diálogos sobre temas como: o papel das instituições públicas de ensino, a democratização dos meios de comunicação, a importância da comunicação na união dos estudantes e atuação no cenário educacional. “Hoje são os estudantes que produzem os conteúdos para a UNE, nós temos de um tudo. A nossa principal base é comunicação onde todo mundo consegue conversar. É através da comunicação que a união estadual dos estudantes está conseguindo fazer com que haja um elo maior entre todos os membros, unindo as forças”, relata Bárbara Marreiros, estudante de comunicação da Universidade Federal do Piauí, integrante da UNE.

O uso da comunicação como ferramenta política foi um dos tópicos da discussão, abordado pela jornalista  e estudante Emily Firmino, que explicou como  a falta de democratização dos meios de comunicação pode afetar a imparcialidade na disseminação da informação no nosso país e a importância das redes colaborativas.  

“A comunicação não é só ir ali e tirar uma foto, escrever um jornal, fazer um panfleto. Pensar a comunicação é pensar a política dos movimentos na nossa sociedade como um todo, e a comunicação colaborativa ajuda a informar o que está acontecendo em todos os lugares e não é mostrado na televisão”, argumentou.

Durante a oficina, os processos de produção de um evento como a caravana foram explicados, além de noções básicas sobre como escrever um texto jornalístico, cobrir um evento e fotografar usando celular. O estudante e digital influencer Gerson Castro, que administra todas as redes sociais da UNE, também deu dicas de como movimentar o Facebook, Telegram e, principalmente, o Instagram. Ele mostrou os recursos que utiliza para conseguir seguidores, interações e visualizações por meio das funções oferecidas pelo aplicativo.

UNE pelo país em defesa da universidade pública
Com a proposta de defender a gratuidade da universidade e o seu papel para o desenvolvimento e integração do Brasil, o projeto “UNE Volante: Uma Universidade chamada Brasil”, está rodando pelo país desde abril deste ano. A caravana leva para universidades de diversas regiões do país debates, festivais universitários, palestras com convidados renomados, entre outras atividades.

Especificamente na UFBA, o projeto trouxe várias atividades, bem como: debates temáticos, exposições de fotografias, oficinas, performances, peças e o Festival Inquietações, que reuniu diversos artistas de linguagens diferentes para discutir a proposta de Regulamentação das Atividades Culturais e Recreativas em cada instituição. Na noite de quinta-feira, o Cortejo Afro fez uma apresentação na Biblioteca Central, no campus de Ondina.

A intenção é promover debates e discussões para desenvolver soluções para os problemas atuais do nosso país, relacionados ao papel das instituições de ensino para setores estratégicos do Brasil, como a soberania nacional, o fortalecimento da democracia, a engenharia nacional, a produção agrícola, o combate às desigualdades sociais e a consolidação do SUS. Ademais, o principal tema das discussões é a reforma universitária brasileira, o financiamento das universidades estaduais e a defesa do caráter gratuito da universidade pública, que também foi tema de discussão na UFBA.

Maíra Kubik Mano, colunista da Carta Capital, coordenadora do NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinar da Mulher) e professora do departamento de estudos em gênero e feminismo da UFBA, falou sobre o assunto. Para ela, a tentativa de tornar a universidade tecnicista através da iniciativa privada dentro da universidade, é muito preocupante e já está acontecendo de várias formas, como: corte de verbas e pesquisas que levam a universidade a buscar financiamento na iniciativa privada, entre outras.

“Isso fere a autonomia da Universidade, na medida em que o interesse dessas pesquisas passam a ser determinado por quem está pagando por elas e não por quem deve ser beneficiado realmente, no sentido mais amplo como a sociedade e a população”, ressaltou.

A professora também falou sobre a iniciativa da UNE. “Quando os estudantes promovem debates sobre a Universidade, demonstram a vivacidade do movimento estudantil. O movimento estudantil está atuando, cumprindo o seu papel de ser crítico e vigilante em defesa dos direitos dos estudantes, o que também impacta nos direitos na população em geral”, acrescentou.

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