Museu Afro-Brasileiro da UFBA incentiva as relações entre Brasil e África

* Por Carol Oliveira

Atualmente em nosso país só existem três museus que pretendem estreitar a relação África- Brasil promovendo o reconhecimento, a valorização e preservação do patrimônio cultural africano, brasileiro e afro-brasileiro. São eles o Museu Afro-Brasil, que fica em São Paulo, o Museu Afro-Brasileiro de Sergipe e o Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia (MAFRO).

Criado em janeiro de 1982, o MAFRO pretende, através de seus conteúdos, facilitar o entendimento acerca dos aspectos históricos, artísticos e etnográficos da cultura africana e consequentemente provocar uma reflexão sobre a importância do continente na formação da sociedade brasileira. O Mafro possui como um dos principais objetivos tornar-se reconhecido como um espaço de identidade e memória dos povos afro-descendentes e assim ser ocupado por essas populações.

Composta atualmente por 1192 peças, a coletânea do MAFRO se divide em dois eixos temáticos: Cultura Material da África e Cultura Material Afro-Brasileira. As obras que fazem parte do eixo Cultura Material da África, em sua maioria, são originárias do Golfo do Benin. Já as peças que fazem parte do Eixo Cultura Material Afro-Brasileira estão separados em coleções: Coleção Capoeira, Coleção Blocos Afros e Folguetos, Coleção Artes Plásticas – que tem dentre seus peças algumas obras do artista plástico Carybé -, além da Coleção de Cultura Material Religiosa Afro-Brasileira.

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O MAFRO, que fica localizado no Centro Histórico de Salvador, abriga exposições de longa duração e exposições temporárias.  A mais recente no espaço destinado às exposições temporárias foi a mostra “Exu: Outras Faces”, que ficou aberta do dia 21 de janeiro até 7 de abril de 2013. Em entrevista à equipe da Agenda Arte e Cultura da UFBA, a coordenadora do museu, Graça Teixeira, falou sobre a importância do debate que a exposição trouxe. “Apesar de pequena, a Exposição Exu: Outras Faces trata de uma divindade que é tão importante e que está presente no nosso cotidiano, mas que tem sido muito mal vista”, considera. Ainda de acordo com a professora Graça, a exposição apresenta o inquice Exu em outras perspectivas fora do âmbito religioso, proporcionando ao público percebê-lo. Com a ação, o MAFRO abriu uma frente para trabalhar questões controversas e polêmicas relacionadas à identidade e preservação da memória afrodescendente, e da própria memória da África aqui no Brasil.

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Pesquisa – Além de abrigar ricas exposições, o Museu Afro-Brasileiro da UFBA realiza atividades de pesquisa, ensino e extensão que se dispõem a expandir informações advindas do seu acervo. Graça Teixeira explica: “realizamos essas atividades a fim de expor para a sociedade baiana assuntos que estão presentes no dia-a-dia das pessoas, mas que a sociedade teima em invisibilizar”. Ela ressalta a importância da população local em reconhecer o espaço como identitário de sua cultura, mudando sua posição enquanto visitante e tornando-se um usuário do local. Segundo Graça, esse é um dos desafios do museu.

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Com o propósito de crescer em qualidade, o MAFRO desenvolveu um projeto de Implantação de Reserva Técnica e Tratamento do Acervo Armazenado, que se propõe a conservar ainda mais o seu rico acervo.

Para os interessados em conhecer e tornar-se usuário do espaço, o Museu Afro-Brasileiro fica situado no Prédio da Faculdade de Medicina da Bahia, no Largo do Terreiro de Jesus – Pelourinho, funcionando de segunda a sexta-feira, das 9hs às 17hs.

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