“NooStilo”: alunos da UFBA criam marca de consultoria, costura e pesquisa

Ela é uma marca de consultoria, costura e pesquisa  que valoriza aspectos da cultura nordestina

Por: Glenda Dantas

No momento em que a moda assume cada vez mais uma consciência política e democrática que os estudantes da UFBA, Hisan Silva e Pedro Batalha lançam a “NooStilo”, marca de consultoria, costura e pesquisa que une moda e identidade, aspecto presente também nas fotos de divulgação nas redes sociais, que possuem majoritariamente modelos negros.

(Foto: Hisan Silva/Divulgação)

(Foto: Hisan Silva/Divulgação)

Criações artísticas, em geral, pressupõem inspiração e referências, sobretudo quando a arte se propõe a ser, também, objeto de transgressão. Pensando nisso, a dupla se baseia em aspectos culturais e naturais da região nordeste e na baianidade, como fauna e flora, culinária e cores vivas. Além disso, ousam com inspirações na moda genderless, com roupas que servem para todos os gêneros. A coleção de “Jardineiras Baianas” – carro chefe da loja – é exemplo disso. São peças inspiradas em modelos do final da década de 60, quando passaram a ser produzidas com tecidos mais leves.

O diferencial da dupla não se manifesta apenas nas formas e estampas, mas também no projeto editorial, batizado de “Novo Mundo”, que unia expressões artísticas digitais com o mundo da moda.

“Atrelamos os talentos de cinco artistas negros do Brasil, com a nossa perspectiva fotográfica e da moda para dar vida à esse projeto que imprime um novo olhar sobre a relação entre a era da arte digital, com as cores e costura”, explicam.

O início
“Começamos com um brechó, motivados por pessoas que elogiavam bastante os nossos estilos. Tínhamos a necessidade de expressar nossa identidade através da moda e foi também uma alternativa de adentrar no mercado de trabalho a partir de um empreendimento próprio”, explica a dupla sobre a origem da loja.

Empreender não é fácil. Quem sonha em abrir um negócio sabe que começar do zero é uma jornada repleta de desafios, sobretudo quando é um projeto da periferia, com os jovens não foi diferente.

“O fato de não termos investimento e considerando também que somos jovens, negros e gays, dificulta a consolidação da marca, por isso tivemos que correr atrás e juntar a grana para iniciar a marca e isso levou muito tempo. É um desafio também criar produtos de qualidade e a um preço acessível para as pessoas da periferia”, contam.

Parceria
Estudantes de Comunicação em Produção Cultural e BI em Humanidade respectivamente, Pedro e Hisan, além de parceiros nos negócios, são também namorados. “Nós depositamos a fé em ambas as parcerias, mas buscamos delimitar a vida amorosa com a vida profissional. Dividimos os bônus e os ônus em tudo que a gente conquista e prezamos sempre pelo respeito”, explicam.

Eles se aprofundam em estudos da moda, comunicação, design, etc, e alinham os processos criativos de ambos, em prol de um único objetivo, que é o desenvolvimento e visibilidade da marca, na esperança de que o empreendimento se torne a principal fonte de renda.

(foto: Hisan Silva/Divulgação)
(foto: Hisan Silva/Divulgação)
(foto: Hisan Silva/Divulgação)
(foto: Hisan Silva/Divulgação)
(foto: Hisan Silva/Divulgação)
(foto: Hisan Silva/Divulgação)

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