Curta-metragem de estudante do BI de Artes concorre em Festivais Nacionais

 Estudante Gabriel Andrade se inspirou na própria vida para criar o curta

Por Luana Lisboa*

Existem obras que só são possíveis graças a acontecimentos atípicos da vida do autor, que acabam virando fonte de inspiração para o artista. Para “Frankestein” acontecer, por exemplo, sua autora, Mary Shelley foi desafiada pelo poeta Lord Byron a criar uma narrativa de terror e compartilhá-la em uma festa fantasmagórica na mansão do escritor. Para “Atividade Paranormal” virar realidade, o diretor Oren Peli estava em casa só quando notou que uma caixa de detergente caiu sozinha da prateleira do armário. No caso do filme “Indo”, produção do estudante Gabriel Andrade, de 24 anos, seu acontecimento foi ter sido dado como morto nas redes sociais.

A história surgiu quando uma amiga postou uma foto com ele no Facebook, declarando-o falecido. “Foi bizarro na época porque teve gente que acreditou, mas agora eu falo disso rindo com os amigos”, ele conta. E algo de bom, de fato, saiu disso.

“Indo”, primeira produção do estudante do Bl de Artes da UFBA, é descrito nas sinopses como um “tragicômico de terror sobre como lidar com a própria morte”. Gabriel diz que gosta de pensar que o curta tem um significado diferente para cada pessoa que assiste. Para ele, no entanto, representa o sentimento de paralisia ao não saber lidar com as adversidades e o sentimento de angústia em ter que “tocar a vida” em meio a essas situações paralisantes.

“Hoje, depois de toda essa crise da pandemia, eu já acho que esse sentimento é mais coletivo”, reflete.

Produção
A filmagem com os atores aconteceu em um único domingo, com a ajuda de amigos, em novembro de 2019. Cada um exercia uma função, inclusive o Caíque Conceição, ator principal, a quem Gabriel conheceu durante aulas da UFBA. Já durante a pós-produção, o diretor foi auxiliado pelo LabAV (da Faculdade de Comunicação) na mixagem de som e trilha sonora. E conta que a parte mais trabalhosa nessa etapa foi a rotoscopia – técnica de animação onde um modelo humano é filmado em sequência e o desenho é feito com base nessa “captura” – a qual ele levou um mês para terminar. “Acho que só consegui terminar por causa da quarentena. Pintar todos os dias foi o que me ajudou a passar por esses tempos tão estranhos”. 

O filme está concorrendo no Festival de Curtas Fantásticos – Guarufantástico por “Melhor Curta da Categoria Profissional” e no Festival de Cinema Tainha Dourada, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) na categoria “Melhor Curta Segundo Júri Popular”. Você pode ajudá-lo, curtindo o vídeo na Mostra Guarufantástico, disponível até o fim do mês no Youtube e pode votar em “Indo” no link a seguir: https://lkt.bio/indo 

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