Facom comemora 30 anos em clima de mudanças e renovações
A unidade que é reconhecida por abrigar o primeiro curso de Jornalismo da Bahia e a primeira habilitação em Produção em Comunicação em Cultura do Brasil, já conquistou nota máxima na avaliação do INEP
Por: Glenda Dantas
A Faculdade de Comunicação da UFBA (Facom) completa, neste 01 de fevereiro, o aniversário de 30 anos. A unidade localizada no campus universitário de Ondina oferece duas habilitações do curso de Comunicação: Jornalismo e Produção em Comunicação e Cultura, e uma área de concentração em Cinema e Audiovisual. Em nível de pós-graduação, a Facom abriga a especialização em Comunicação Estratégica e os programas de mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas.
A Facom é reconhecida por abrigar o primeiro curso de Jornalismo da Bahia, criado na década de 1950, que já formou personalidades como o deputado federal Jean Wyllys, o ator e diretor Wagner Moura e o ex-secretário do Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, Carlos Paiva. Além disso, foi pioneira ao oferecer a primeira habilitação em Produção em Comunicação em Cultura do Brasil, em 1996.
A segunda habilitação foi criada para atender às demandas de profissionais da área, por conta do grande crescimento e da estruturação que o mercado de produção cultural passava na época. Hoje, o curso que é considerado um dos três melhores do país pela revista Guia do Estudante, do Grupo Abril, persiste na luta por um lugar dentro da Universidade e enfrenta problemas com o currículo, a regulamentação da profissão e a presença de poucos professores atuantes ou pesquisadores da área.
Atualmente, a Facom passa por um processo de renovação da grade curricular das duas habilitações e da área de concentração oferecida aos estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Artes. Segundo a direção da unidade, há chances de o novo currículo seja implementado ainda em 2018. A partir dos 3 Núcleos Docentes Estruturantes (NDE), criados em 2015, se tem aperfeiçoado e discutido as propostas de mudanças, tanto para a grades curriculares e quanto para os projetos pedagógicos.
A reforma dos cursos incluem um reordenamento de disciplinas já existentes e criação de novas. O coordenador do NDE de Produção Cultural e vice-diretor da Facom, Leonardo Costa, afirma que algumas matérias como Comunicação e Atualidade e Ética passarão por mudanças. “[Comunicação e] Atualidade não seria mais obrigatória e Ética se transformará em Direitos Culturais e Ética”, afirma. Outra mudança é a substituição de Assessoria de Comunicação por Comunicação Estratégica. As propostas já foram apresentadas ao Departamento e aos alunos e alunas e está na fase de formulação.
O curso de pós-graduação na área de comunicação mais antigo do eixo Norte-Nordeste também passa por um processo de transformação. Ao passo que progride, com a adoção de cotas para o ingresso de negros, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência, transgêneros, transexuais e travestis, sofre com cortes de verba.
Desde 1990, quando formou a primeira turma de mestrado, o curso já diplomou 110 doutores e 196 mestres provenientes de diferentes regiões do Brasil e do exterior. Alguns destes mestres e doutores seguem carreira docente dentro da própria Facom. O programa tem destaque no campo da comunicação e da cultura; cibercultura; tecnologia e política; e análise do audiovisual. E possui dois institutos de pesquisa, o Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania (CCDC) e o Centro de Estudos Avançados em Democracia Digital (CEADD).
Em sua estrutura, a Faculdade possui quatro laboratórios: fotografia, rádio, multimídia e audiovisual. E projetos que conectam o ensino, pesquisa e extensão, como o Programa de Educação Tutorial (PETCOM), Empresa Júnior (PJr), Programa Agenda Arte e Cultura e outras duas instâncias. Conta ainda com o Centro Acadêmico Vladimir Herzog, entidade formada por e para estudantes.
A Facom conta, atualmente, com cerca de 600 alunos e 40 professores efetivos. E se destaca no cenário nacional por ter recebido nota 5 no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) do curso de jornalismo. A unidade conquistou também nota máxima na avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Em constante evolução, o aniversário de 30 anos marcou a inauguração da nova ala da Unidade, que terá um espaço para a instalação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT-DD), novas salas de aula, laboratórios e gabinetes para os professores. Outro ambiente inaugurado, foi a Casa de Comunicação – Ilê ti Com, espaço compartilhado de trabalho e convivência, que funcionará no vão do primeiro andar da faculdade.
“A Facom é o lugar onde me sinto confortável e feliz com a oportunidade de ganhar conhecimento numa área que sempre quis entrar”, afirma a estudante de Jornalismo Cristiane Schwinder . No entanto, ela acredita que a Faculdade tem tradição em áreas específicas, em detrimento de outras áreas. “Sinto falta de disciplinas obrigatórias e optativas que incentivem e ensinem empreendedorismo, marketing e criação de start ups”.