Gênero, Feminismos e sexualidade na história da UFBA

Grupos de pesquisa sobre gênero, feminismos e sexualidade se reúnem para discutir suas trajetórias aos longo dos 70 anos da UFBA

Por Kelven Figueiredo

A temática do gênero, feminismo e sexualidade ganhou espaço no congresso que celebra os 70 anos da UFBA. Neste segundo dia de atividades,  foi realizada, no auditório do PAF V, uma mesa que fez um balanço sobre a atuação da Universidade neste campo. As apresentações foram mediadas pela professora Sílvia Lúcia Ferreira, fundadora, pesquisadora e líder de Pesquisa do GEM (Centro de Estudos e Pesquisas sobre Mulheres, Gênero, Saúde e Enfermagem). Participaram dos debates o professor Leandro Colling, referência nos estudos de políticas LGBT e do ativismo queer, e a pesquisadora do NEIM, Márcia dos Santos Macêdo.

O NEIM, Núcleo de Estudo Interdiciplinares Sobre a Mulher, que comemora 33 anos de existência este ano, deu início às discussões, destacando o orgulho de ser o primeiro grupo de pesquisa brasileiro com a temática feminista. Fundado em 1983, O NEIM anlcançou ganhos significativos, como a implantação do curso de Gênero na UFBA e a criação do Departamento dos Estudos de Gênero. A representante do grupo de pesquisa e professora da casa, Márcia dos Santos Macedo, relata que nem sempre a criação do curso de graduação em gênero foi bem  dentro da academia e por diversas vezes foi questionada por seus colegas: “se gênero é uma questão transversal porque fazer um curso para isso?”, relatou a pesquisadora. Além da graduação, o NEIM abriga o Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares em Mulheres. Gênero e Feminismo, que edita anualmente a Revista Feminismos.

O Grupo de Estudos Sobre Saúde da Mulher – GEM também foi apresentado na mesa, com a exposição da fundadora do grupo, Silvia Lucia Ferreira. A professora falou sobre a trajetória do GEM em seus 28 anos de existência, seus impactos na universidade e bem como seus projetos pesquisa em saúde da mulher. O grupo funciona na Escola de Enfermagem e conseguiu incluir matérias com temática de gênero e feminismos na ementa curricular do curso de graduação e pós-graduação.

O Programa Integrado em Gênero e Saúde – MUSA, veio logo depois, apresentado pela pesquisadora e coordenadora Estela Aquino. “O Programa tem como objetivo embasar a formulação de políticas de saúde com vista no cuidado à política social”, destaca. Com 16 anos de trajetória, o MUSA foi fundado por cinco mulheres, no Instituto de Saúde Coletiva, em 1990, e teve como inspiração o feminismo acadêmico e o trabalho que já era realizado pelo NEIM.

Por fim, o Grupo de Pesquisa em Cultura e Sexualidade – CUS, teve seu momento de fala e foi representado por Leandro Colling, seu fundador. “O objetivo é produzir pesquisa e atividades de extensão a partir dos estudos queer”, explica Colling. Com nove anos de trabalho, o CUS mantem a revista digital  Periódicus, que está em sua quinta edição. O Grupo também é responsável por um  blog atualizado no iBahia, e já publicou diversas obras, como o “Caças e Pegações Online”, lançado em maio deste ano.
++ Saiba mais: Gilmaro Nogueira analisa a sexualidade masculina no livro “Caças e Pegações Online”

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