Barro Mulher: Solo cênico biográfico aborda memórias de uma mulher negra com poética inspirada na orixá Nanã
Idealizado e dirigido por Fabíola Nansurê, o espetáculo estreia dia 12 de março em Alagoinhas e abre temporada de 14 a 30 de março em Salvador, na Sala do Coro TCA
Das vivências como uma mulher negra e inspirada na poética da orixá Nanã, a atriz e coreógrafa baiana Fabíola Nansurê (@nansureatriz) lança seu mais novo monólogo “Barro Mulher”. O espetáculo estreia dia 12 de março em Alagoinhas, no Ilê Axé Oyá L’adê Inan, com duas sessões abertas ao público, às 15h e às 19:30h e abre temporada em Salvador do dia 14 a 30 de março (todas as sextas, sábados e domingos), na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, sempre às 20h.
A obra cênica-biográfica atravessa arte e ancestralidade para contar uma história de renascimento. Inspirada na poética da Yabá Nanã, senhora do tempo, da vida, da morte e da sabedoria, o espetáculo acompanha a jornada de uma mulher que se refaz e se fortalece a partir da memória e da relação com sua Yalorixá, dentro do terreiro de Candomblé.
O espetáculo é criado, dirigido e coreografado por Fabíola Nansurê, tem direção musical e trilha de Jarbas Bittencourt, e é inspirado na concepção poética do Teatro Preto de Candomblé, cunhado pela encenadora Onisajé, que também assina a consultoria de encenação e dramaturgia. O figurino é de Anthea Xavier; cenografia, adereços e maquiagem de Agamenon de Abreu; iluminação de Nando Zâmbia; produção de Luiz Antônio Sena Jr. e mediação de Silara Aguiar.
“Eu fui formada artisticamente dentro de um terreiro de candomblé. A obra é um mergulho sensível na minha vivência, que, ao me confirmar como Ajoiê, iniciei um processo de escrita intitulado CANDOMBLESIA, que transformou meus Escritos de Runcó – espaço sagrado de recolhimento para iniciação no candomblé – em poesia cênica. Depois dei corpo, voz e música nessa obra artística que fala de renascimento e resistência”, afirma Fabíola.
Na encenação, corpo, voz e música se entrelaçam, conduzindo o público por um rito de celebração e pertencimento. A figura de Nanã se torna guia e inspiração para essa travessia, revelando, em cada gesto e em cada som, as camadas de uma história marcada pelo feminino, pelo sagrado e pela potência do barro que molda e ressignifica.
“Mais do que um espetáculo teatral, Barro Mulher é um chamado ao encontro, à escuta e ao reconhecimento da força ancestral feminina que ecoa através do tempo”, conclui a atriz.
Os ingressos para temporada em Salvador custam R$ 40 (inteira) R$ 20 (meia). Estudantes e pessoas de terreiro podem assistir o espetáculo gratuitamente, entrando em contato através do e-mail espetaculobarromulher@gmail.
Nas apresentações de sábado, haverá de tradução em libras e, em seguida, o público poderá participar de rodas de conversa com a atriz Fabíola Nansurê. A atriz irá compartilhar questões relativas ao processo de criação, que envolve desde as questões cênicas até os contextos de formação como ajoiê. Em Alagoinhas também haverá tradução em libras e uma roda de conversa.
O espetáculo “Barro Mulher” é uma realização do Oyá L’adê Inan Ponto de Cultura, com produção assinada pela DA GENTE Produções.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
SERVIÇO
Espetáculo “Barro Mulher”
um solo de Fabíola Nansurê
Alagoinhas – Ilê Axé Oyá L’adê Inan
Duas sessões: às 15h e às 19:30h
Entrada Gratuita
Salvador – Sala do Coro TCA
De 14 a 30 de março (sexta à domingo)
Horário: 20h
Ingressos: R$ 40 (inteira) R$ 20 (meia)
OBS: Aos sábados tradução em libras, seguido de roda de conversa
Acompanhe em: @barromulher.espetaculo | @
FICHA TÉCNICA
Texto, Direção, Coreografia e Atuação: Fabíola Nansurê
Consultoria de Dramaturgia e Encenação: Onisajé
Assistente de Direção: Katson Freitas
Trilha Sonora e Direção Musical: Jarbas Bittencourt
Cenografia, adereços e maquiagem: Agamenon de Abreu
Figurino: Anthea Xavier
Iluminação: Nando Zâmbia
Preparação Vocal: Marcelo Jardim
Intérprete / Tradução em Libras: Eurides Nascimento
Operação de Luz: Nando Zâmbia e Luiz Antônio Sena Jr.
Operação de Som: Ominjarê
Consultoria Religiosa: Mãe Rosa de Oyá
Coordenação de Produção: Luiz Antônio Sena Jr.
Produção Executiva: Ominjarê
Mediação Artística: Silara Aguiar
Assessoria de Imprensa: Gisele Santana
Gerenciamento de Redes Sociais: Ominjarê
Realização: Ilê Axé Oyá L’adê Inan
SOBRE FABÍOLA NANSURÊ
FABÍOLA NANSURÊ – É atriz, pesquisadora, coreógrafa, poetisa e preparadora corporal. Mulher preta de candomblé, filha de Nanã e Ajoiê de Iansã. Com graduação em Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e no Curso Técnico em Dança, pela Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Foi atriz do NATA – Núcleo Afro-brasileiro de Teatro de Alagoinhas (2002 a 2019). Criadora do laboratório Eu Vejo Você – Dança dos Orixás para não Dançarinas, Produtora do Festival Semana da Dança de Alagoinhas, foi Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Danças Afro-brasileiras – AGÔ; E uma das idealizadoras do ÌYÀ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras. Dentre suas produções artísticas destacam – se os espetáculos ROSAS NEGRAS e BIG CHOP UMA EBÓ FEMINEGRA. Atualmente é uma das colaboradoras artísticas do OYÁ L’ADÊ INAN PONTO DE CULTURA. Em sua trajetória como atriz, Fabíola Nansurê atuou nos espetáculos “Sirè Obá – A Festa do Rei”; “Exu a Boca do Universo”; “Oxum”. Pelo grupo NATA, com a direção de Onisajé. Além de diversas montagens de espetáculos tais quais: “Édipo” (Sanara Rocha); “Meu nome é Mentira” (Luiz Marfuz); “Oyaci, A Filha De Oyá” (Onisajé); “A Eleição” (Onisajé); COREOGRAFIA “Barro Mulher” (Fabíola Nansurê); “Partem-me” (Katson Freitas e Fabíola Nansurê); “Encontro” (Katson Freitas e Fabíola Nansurê); “Vermexo” (Fabíola Nansurê); “Inês” (Katson Freitas); “Oyá Marilza” (Van Senna Omologi); “Arte, Poeira e Chuvisco”, (Nando Zâmbia). Atuou também como assistente de direção nos espetáculos: “Pele Negra, Máscaras Brancas”; “Akoko Lati Wa Ni” e “Fractais” com direção de Onisajé, fez preparação de elenco da série “Nós Somos Pares” (Camila de Moraes) e do curta “Duas Noivas” (Taís Amordivino)