Do Direito ao Jornalismo: A Trajetória Inspiradora de Gleisi Silva, celebra a consciência e resistência junto com seu aniversário no 20 de novembro.

Por Raniele Amorim

No caminho entre a Justiça e a Comunicação, a história de Gleisi Silva se destaca pela força de suas raízes e pela busca por representatividade. Jovem negra  com uma visão afiada sobre as desigualdades sociais, ela encontrou na dupla formação em Direito e Jornalismo ferramentas complementares para lutar por um mundo mais igualitário.

Em entrevista, Gleisi compartilha como suas vivências pessoais e influências moldaram suas escolhas acadêmicas, a transição do Direito para o Jornalismo e os desafios que enfrentou como mulher negra nesses espaços. Neste 20 de novembro, data em que celebra seu aniversário e o Dia da Consciência Negra, ela reflete sobre a força simbólica da data em sua trajetória e sobre como sua formação a prepara para narrar histórias que precisam ser ouvidas

 

Formação e atuação em Direito e migração para JornalismoWhatsApp Image 2024-11-30 at 11.25.27 (2)

 

Gleisi diz que sua escolha pelo jornalismo, após se formar em direito, foi influenciada por suas vivências e a vontade de mudar a realidade e a sociedade. Inicialmente, ela se formou em direito com a expectativa de que poderia “mudar o mundo”, mas ao longo do tempo percebeu que as injustiças ocorrem mesmo diante da justiça. Essa reflexão sobre sua capacidade de impactar a sociedade a levou a buscar o jornalismo.

“Resolvi fazer o ENEM novamente e estava em dúvida entre Contabilidade e Jornalismo”, relembra. Inicialmente, ingressou no curso de Contabilidade, mas a pandemia acabou mudando o rumo de sua trajetória. Com a oportunidade de migrar para o Jornalismo, Gleisi decidiu seguir um caminho que a conectava a um antigo sonho de infância.

“Quando era criança, queria ser atriz. Embora esse desejo tenha mudado com o tempo, percebi que o Jornalismo poderia me aproximar desse sonho de infância”, conta. 

 

A escolha pelo Jornalismo acabou sendo uma junção de suas paixões e propósitos.

Gleisi enfrentou diversos desafios relacionados à representatividade e à questão racial em sua trajetória. Ela destaca que a falta de representatividade de pessoas negras na mídia e em posições de destaque é um dos principais obstáculos. Ela menciona que, ao longo de sua carreira, percebeu que a presença de profissionais negros em espaços de poder e decisão é escassa, o que dificulta a inclusão de narrativas que reflitam a diversidade da sociedade. 

 

“Você não encontra juízes negros, você não encontra promotores negros, você não encontra pessoas do alto escalão, pessoas negras. Então, assim, essa foi uma das coisas que me impactou, porque no meu ponto de vista não adianta ter o acesso. Eu sou, eu estou aqui hoje na Universidade Pública por causa das cotas e estou também a todo tempo contrariando aquilo que sempre me disseram que não era pra ser” 

 

Além disso, ela ressalta a importância de se ter uma voz ativa e de lutar por uma representação justa, tanto na mídia quanto em outras áreas. Gleisi enfatizou que a luta por representatividade não é apenas uma questão de visibilidade, mas também de garantir que as histórias e experiências de pessoas negras sejam contadas e respeitadas.

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Foto- arquivo pessoal

 

Para Gleisi, celebrar seu aniversário no Dia da Consciência Negra é um momento significativo que a conecta profundamente com questões de identidade e luta racial. Essa data representa não apenas um marco de celebração da cultura negra, mas também um lembrete das lutas e conquistas da população negra no Brasil. Ela vê essa coincidência como uma oportunidade de refletir sobre sua trajetória e o papel que deseja desempenhar no jornalismo. 

 

A influência dessa data em sua trajetória é clara: ela busca abordar temas relacionados à representatividade, desigualdade e as experiências da população negra.  Gleisi reflete que, ao celebrar seu aniversário nesse dia, é essencial ir além do aspecto individual e reconhecer a luta dos ancestrais que abriram caminhos para que hoje ela pudesse ocupar espaços como o da universidade. 

 

“Para mim, isso tem um impacto muito positivo. É uma oportunidade de refletir sobre quantas pessoas precisaram lutar incessantemente para que eu, e tantas outras pessoas, pudéssemos conquistar o que temos hoje. Esse é, sem dúvida, o grande impacto e a importância dessa data para mim.”

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